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Ciao a tutti! Quem sempre tem um panetone enfeitando a mesa de Natal levanta a mão! Impossível pensar nas festas de fim de ano sem um exemplar desse tradicional pão doce fofinho super famoso que foi criado aqui em Milão. Sabia dessa, que ele foi criado aqui? O mais famoso doce da nossa cidade tem sucesso mundial e vamos te contar todas as histórias sobre ele aqui, vamos lá!

Algumas lendas giram em torno do panetone (que em italiano é panettone) e segundo uma das lendas, seria Toni, um humilde ajudante de cozinheiro de Ludovico il Moro, duque de Milão, a inventar um dos doces mais tradicionais milaneses. Eis a história: na vigília de Natal, Toni que era o ajudante do Chef, cansado do trabalho de dias na corte, esquece no forno e queima o doce preparado para o banquete ducal. Decide assim, no desespero, sacrificar uma fermentação que havia preparado para um pão de sua ceia pessoal e acrescenta farinha, ovos, açúcar, passas e frutas cristalizadas, obtendo uma massa fofinha. O duque e os convidados gostaram muito da sobremesa e, quando perguntam ao Chef o que era aquele pão, este responde: é o pão do Toni! Fazendo um grande sucesso, Ludovico o chama de “Pan de Toni” em homenagem a seu criador.

Outra lenda da origem do Panetone é que o jovem Ughetto di Atellani, que vivia em Milão se apaixonou pela bela Adalgisa, filha de um padeiro. Foi contratado pelo pai da amada para ser seu ajudante e a fim de aumentar as vendas da padaria inventou uma sobremesa: pegou sua melhor farinha, amassou com ovos, manteiga, mel e passas. Foi um sucesso tão grande que todos queriam esse pão. Algum tempo depois os jovens se casaram e viveram felizes para sempre.

A verdadeira origem do Panetone

Era comum celebrar o Natal com um pão mais rico de ingredientes que nos dias “comuns”. O chefe da família cortava uma fatia do pão para cada convidado e deixava uma fatia separada para o próximo ano, em sinal de continuidade.

Até 1395 todos os fornos de Milão tinham permissão de assar pães de trigo apenas no Natal para presentear seus clientes. Assim, a tradição de assar e comer pães enriquecidos no período natalício é muito antiga em toda a Europa.

Em 1606, segundo o primeiro dicionário milanês-italiano, aparece o Panattón ou Panatton de Natal, que é o pão feito de trigo enriquecido com manteiga, ovos, manteiga, uvas passas, amêndoas, mas ainda sem fermento. E deveria ser feito apenas no Natal.

A primeira vez que se fala no uso do fermento é em 1853 no livro “O novo cozinheiro milanês econômico” de Giovanni Felice.

Hoje, em Milão, é consumido o ano todo como sobremesa, mas especialmente no Natal, tamanha tradição. O Panetone é famoso também no Brasil e Argentina. Aqui na Itália, ele é um pouco mais fofinho e o sabor é um pouco diferente do brasileiro, existem versões salgadas que são recheadas com queijos, salames, presuntos, e ficam uma delicia. A versão doce tem uma infinidade de sabores, como a versão com creme de limoncello (um licor de limão maravilhoso, um de nossos preferidos), mas nada ganha da versão tradicional.

Adoramos Panetone e você?

Ciao! Milão parece uma cidade racional, sóbria e de bom senso. Só parece! Quando você menos espera, ela te surpreende com alguma coisa sem noção. 

Existe a linha de metrô M5 mas não existe (ainda) a M4

Repare que são apenas 4 linhas

Milão é a única cidade do mundo onde o 5 vem antes do 4, pois apesar da linha M4 estar em construção, a linha M5 foi inaugurada bem antes. Ocorre.

Porta Nuova na verdade é uma porta velha

Porta Nuova

É a porta simbólica da “nova Milão”: Porta Nuova, que na realidade é um portão de dois séculos, mesmo sendo o mais moderno dos antigos portões de Milão.

Milão é a única cidade italiana que não tem a via Roma

Essa foto com certeza não foi tirada aqui em Milão

Em Roma tem a via Milano, mas em Milão, não tem a via Roma, tem apenas a Porta Romana. A única outra excessão na Itália em que não existe uma via Roma é em Abbiategrasso (que também é na grande Milão). 

San Colombano faz parte de Milão, mesmo destacado do território de Milão

San Colombano (em marrom) faz parte de Milão mesmo não sendo em Milão

San Colombano fica entre a província de Lodi e a de Pavia e não faz fronteira nenhuma com Milão. Foi decidido mantê-lo na então província de Milão mesmo estando bem longe, porque é o local onde estavam as vinhas de Sforza (duques de Milão), que produz os vinhos daqui até hoje. Espertinhos.

O bonde é masculino, o ônibus é feminino

Il tram 9 (o bonde 9) e la autobus 78 (“a” ônibus 78). O primeiro é um bonde, o segundo é um ônibus, mesmo que seja conjugado no feminino. Sim, porque o ônibus em Milão é uma menina.

Ao fundador de Milão foi relegada uma rua na periferia 

Ao fundador de Milão, o rei dos celtas, Belloveso, foi nomeada uma rua periférica (perto de Niguarda), e não no centro da cidade. Ingratos.

Lembra de mais algum fato que faz Milão ser sem noção? Deixe nos comentários. Bacione. 

Poucos sabem, mas nós já moramos em um hostel na Itália e outro em Berlim por poucos meses, e foram experiências únicas! Uma das coisas que aprendemos pelos amigos que conhecemos (hostel tem gente do mundo todo) foi o jeito de brindar em várias línguas. Cada dia ou semana chega alguém novo com novas histórias e a hora da refeição é um momento de compartilhar e aprender uns com os outros, principalmente palavras novas. E aqui te conto 10 formas de brindar:

1. Salute, Itália

Na Itália podemos dizer saúde de diferentes maneiras, o cin cin mais comum, tem origens chinesas e também se espalhou devido ao som onomatopeico das taças tocantes. Em outros casos, é simplesmente Salute (saúde), e é frequentemente seguido por cento di questi giorni (cem desses dias).

2. Živeli, Sérvia/Croácia/Bósnia

Um croata ainda hoje nosso amigo, nos ensinou esse brinde, que é feito estritamente olhando nos olhos uns dos outros e encontrando todos os copos. A palavra vem de “Ziveti”, que significa viver, e o brinde significa “Viveremos muito tempo”. 

3. Prost, Alemanha

Na Alemanha se ouve tantas vezes Prost que parece mais um cumprimento. Prost vem da palavra latina Prosit, que significa “seja útil, faça o bem, aproveite” ou até “por favor”.

4. Kanpai, Japão

No hostel italiano, uma japonesa em férias nos ensinou que além do Sake ser uma delícia, não se pode beber sem ter primeiro brindado, do contrário é considerado grosseria. A palavra Kanpai literalmente significa secar o copo!

5. Salud, Espanha

O Salud (saúde) sempre vem junto a Salud y amor y tiempo para disfrutarlo (saúde, amor e tempo para desfrutá-lo). Lindo né?

6. Slàinte, Irlanda

Essa aprendi com a parte irlandesa da família. Slàinte é o saúde em gaélico, idioma nativo da ilha. Lembre-se disso quando for a alguma festa de São Patrício.

7. Ganbei, China

Apesar da expressão “tin tin” ser de origem chinesa (Ch’ing Ch’ing ou por favor por favor, traduzindo literalmente), eles usam Ganbei para brindar. Isso porque o seu vizinho Japão entende tin tin como uma expressão vulgar que significa, como posso dizer… pênis. 

8. Cheers, Inglaterra

Essa é fácil vai, todo mundo conhece essa expressão que não podia faltar nessa lista. É o mesmo que dizer “saúde!”. Também pode ser “um brinde a…

9. Saúde, Portugal

Na Idade Média era muito comum ser envenenado, então brindar era a melhor maneira de trocar os copos e provar que eles não eram envenenados. Nestes casos, antes de beber, o Saúde era uma exclamação para garantir que o conteúdo do copo não fosse perigoso.

10. Kippis – Maljanne – Pohjanmaan kautta – Hölökyn kölökyn, Finlândia

A Finlândia tem alguns jeitos de brindar. Kippis e Maljanne, significam um brinde a você. Outro brinde é Pohjanmaan kautta, que significa “elogios” e é usado na maioria dos casos por beber vodka. Um último brinde é Hölkyn kölkyn, que literalmente significa nada, mas é usado porque soa divertido! Finlandeses são super legais.

Agora você já pode brindar com seus amigos em várias línguas. Até a próxima. Ciao!

Ciao! Em casa ou no bar, sozinho ou com amigos, o café é sempre uma boa escolha. Aqui na Itália, pode ser chamada de bebida nacional: 96,5% das pessoas entre 18 e 65 anos consomem pelo menos uma vez ao dia.

É o impulso para começar bem o dia, e beber uma xícara de café aqui é um verdadeiro ritual.

Moka ou máquina de café?

Nem todos os cafés são iguais: infinitas misturas e tipos foram criados em cada canto do mundo para atender cada paladar. Na Itália, o expresso é o rei absoluto, mas tem quem faça o café feito com a moka e ainda quem faça café com as cápsulas para as máquinas caseiras. O importante é tomar café!

E nem estamos falando de café coado (como fazemos no Brasil) que aqui eles chamam de  “café americano” e não gostam muito, acham aguado, preferem sempre o mais forte possível.

Italianos na maior parte das vezes tomam o café como um “shot”: as doses são pequenas, bem fortes e bebidas rapidamente, sem açúcar. Se você sair colocando açúcar no café de um italiano pode levar uma baita bronca. Apenas em Nápoles existe o costume de adoçar o café.

No Brasil tínhamos o costume de adoçar nosso café, aqui paramos com esse hábito e nem sentimos falta. Agora nossa opinião é que o açúcar tira o sabor do café. Paladares mudam…

Na Itália existem muitos tipos de café

Muitas vezes, como turista, é difícil saber o que significam as infinidades de tipos de café que tem por aqui. Eis uma lista de alguns dos cafés mais consumidos na Itália para ajudar na sua escolha:

Caffè espresso: o clássico e mais simples café italiano, cremoso e forte, com uma leve espuminha em cima.

Caffè machiatto: é o clássico expresso com uma manchinha de leite (machiatto significa manchado).

Caffè decaffeinato: é o café com quase nada de cafeína.

Caffè doppio: são duas xícaras de café em uma (doppio significa duplo), mantendo o sabor mais forte.

Caffè lungo: diferente do doppio, não são duas xícaras de café em uma, mas o café sai da máquina até preencher a xícara maior, deixando-o mais leve (mais aguado digamos), porque mais água passou pelo pó de café.

Caffè ristretto: oposto dos dois últimos, é uma xícara menor do que o normal, a fim do café ficar mais forte ainda, com menos água (ristretto significa restrito).

Cappuccino: ao contrário do cappuccino que bebemos no Brasil, o italiano não tem chocolate e nem canela, apenas um creme feito com leite e café. Ah, e os italianos sabem que você é turista quando toma um cappuccino a tarde (aqui eles tomam cappuccino apenas no café da manhã) ou coloca canela, açúcar ou chocolate.

Caffè corretto: com uma dose de grappa (uma espécie de pinga italiana) ou algum outro licor dependendo dos gostos pessoais e dos hábitos regionais. Adoramos esse café no inverno, esquenta bastante (corretto significa correto, no sentido que o café é “corrigido” com uma bebida).

Caffè salentino: com um cubo de gelo, é típico de regiões mais quentes da Itália. Existem dois modos de bebê-lo: um já vem com o cubinho e adoçado, o outro mais chique digamos, vem o café e um copo com gelo separados onde você mesmo adoça o café e joga o cubinho de gelo depois dentro. Super estiloso.

E nem citamos metade dos tipos de café que encontramos aqui, o difícil é escolher um. E você? Qual seu café preferido da lista? Bacione!

Bérgamo, linda cidade histórica, fica pertinho de Milão, apenas 60 quilômetros. É uma das cidades italianas com o centro histórico ainda circundado por muros. Foi fundada no século VI a.C. e ainda mantém algumas construções e igrejas antigas. É uma daquelas cidades lindas e medievais que todos sonhamos em visitar.

Foi conquistada pelos romanos em 49 a.C. e em 774 pelos francos. A partir de 1331, os Visconti de Milão começaram a governá-la e passou assim a ser parte da República de Veneza e se tornou uma cidade-fortaleza. Hoje esses fortes deixam a cidade ainda mais bonita!

Bérgamo é dividida em duas cidades:

A Cidade Alta (Città Alta) que é a mais antiga, e sua principal atração é a Piazza Vecchia, praça renascentista onde estão o Palazzo Nuovo, do século XVII, o Palazzo della Ragione do século XII e a Torre Civica com 52 metros de altura.

A Cidade Baixa (Città Bassa) que é a mais nova e dentre suas principais atrações está a Torre dei Caduti, que é uma homenagem aos soldados mortos na Segunda Guerra Mundial.

Para ir da Cidade Baixa para a Alta e vice-versa tem um funicular, a subida é rapidinha, mas andar num funicular é sempre bacana.

Funicular, que gracinha!FunicularFunicularBasilica di Santa Maria MaggioreAltar da Basilica di Santa Maria MaggioreFonte da Piazza VecchiaDetalhe da Piazza VecchiaDetalhe da Piazza VecchiaDetalhe da Piazza VecchiaUma das lindas ruas da Cidade AltaNa cidade existe um Museu Arqueológico, então algumas esculturas de dinossauros ficam espalhados pela cidade. Super legal!

Além de visitar essa cidade linda e histórica, você deve experimentar a gastronomia local que é particularmente gostosa! Aqui mostro alguns deles:

Casoncelli – ravioli de massa fresca, recheado com uma mistura de queijo, pão amanhecido, ovo, carne, amaretto e as vezes uvas passas. É servido com um molho de manteiga derretida e sálvia, pancetta, alho e uma generosa dose de queijo grana ralado. Dá até uma alegria falar desse prato.

Polenta e Polenta Taragna – no inverno comer em Bérgamo é sinônimo de polenta, um produto que representa a alimentação bergamasca. Servido com carne, e muitas vezes com o próprio molho delas. Já a versão taragna, seria uma versão mais “rústica” onde no fim do cozimento se acrescenta boas porções de queijo fresco dos Alpes e manteiga.

Polenta e osei – andando pelo centro histórico vai ser fácil achar em várias vitrines de confeitarias um doce de Bérgamo redondinho e amarelo. São camadas de bolo fofinho, recheado de creme, chocolate e licor, com uma cobertura de açúcar amarelo é um passarinho de chocolate enfeitando.

Uma das lojas de guloseimas maravilhosas da cidadeQual escolher?La Marianna PasticceriaCasoncelliPolenta TaragnaPolenta e osei

Não deixe de ir também na La Marianna Pasticceria, lugar onde foi inventado o gelato de stracciatella (a origem do nosso sorvete de flocos, leia aqui o post que fizemos sobre esse gelato) é incrível!

Rocca di Bergamo – Um complexo que fica na parte alta da cidade e que sempre teve função de defesa, graças a sua altura permite uma visão privilegiada de 360 graus da cidade, e sua vista vai de toda Bérgamo até Milão.

Que vista!

A Rocca é uma fortificação do século XIV, e ainda guarda traços de sua função militar, com canhões e um tanques originais.

Tem muita coisa bacana para conhecer em Bérgamo. Vale muito a pena a visita. Até mais!

Em dialeto milanês “Oh Bej! Oh Bej!” significa Oh belli! Oh belli! (Oh belo! Oh belo!), que é o que as crianças falam assim que olham a linda feirinha. Outra teoria do nome é o que crianças em 1510 falaram ao ver os presentes trazidos pelo Papa Pio IV a cidade. Isso mostra também o quão antiga é essa feirinha. Ela tem 500 anos! A feirinha acontece na semana de Santo Ambrósio, padroeiro da cidade e dura cerca de quatro dias em volta do Castelo Sforzesco, um dos maiores símbolos de Milão. Andar pela feirinha é uma experiência única, banquinhas de mel, artesanato, livros, flores, bebidas quentes e o mais esperado: panettone, o doce mais tradicional milanês.

 

Oh Bej! Oh Bej! é a feirinha perfeita para moradores e turistas acharem aquele presente de natal especial ou simplesmente sentir a magia de natal que está em todos os cantos da feirinha que acontece nos pés de um Castelo!

A Fiera degli Oh Bej Oh Bej! começa dia 06 e vai até o dia 09 de dezembro, das 08:30 às 21:00. Entrada gratuita. 

Todo mundo adora sorvete, de um sabor ou outro. Ninguém sabe ao certo como ele surgiu, mas o que parece é que ele foi inventado pelos chineses há mais de 3 mil anos, feito com neve, mel, gemas de ovos e frutas. Depois os árabes misturaram água, criando assim o sorbet.

Aí vêm os italianos e trocam essa água por creme de leite e fazem o maravilhoso gelato. Sempre com ingredientes super frescos e uma temperatura mantida entre -10°C e -12°C (os sorvetes tradicionais são mantidos abaixo de -20°C), essa temperatura faz toda a diferença na cremosidade e percepção do sabor dos ingredientes frescos. Quanto mais congelado o sorvete, mais anestesiadas ficam as nossas papilas gustativas e menos percebemos o sabor. Aqui tomamos o gelato em qualquer temperatura exatamente por ele não ser tão gelado. Pode estar quase nevando que tem sempre alguém nas gelaterias.

A porcentagem de açúcar garante também sua cremosidade: contém menos de 30% de açúcar (contando inclusive a frutose), enquanto o sorvete tem bem mais que isso de açúcar. Outra diferença é a incorporação de ar que no sorvete é injetada, no gelato é feita de forma natural batendo a massa enquanto gela. E por último, a gordura, que no gelato italiano varia entre 5 e 10% e nos sorvetes convencionais varia entre 18 e 25%. Tudo isso faz o gelato ser essa perfeição que conhecemos.

Agora, como o gelato di stracciatella, que é a idéia do nosso sorvete de flocos foi inventado?

Stracciatella alla romana

Em 1961, Enrico Panattoni faz um gelato particular: um creme super branquinho com pedaços irregulares de chocolate amargo dentro. E pensando em um nome para batizar essa delícia, ele pensou no prato mais famoso de seu restaurante (La Marianna): a stracciatella alla romana, que é uma espécie de sopa com ovos e queijos em um caldo de carne. Os pedacinhos de chocolate lembravam o desenho da sopa, e aí a inspiração para o nome. Hoje esse sabor é feito e vendido no mundo todo e amado por todos. Mas nenhum é como o dessa gelateria, que tem um sabor todo especial, com seus pedacinhos feitos em chocolate 58% cacau da Lindt. O creme branco parece uma espuma docinha e saborosa, não tem como ser mais perfeito!

La Marianna PasticceriaDifícil foi tirar a foto, a vontade é comer o gelato todo rapidinho

La Marianna Pasticceria
Lago Colle Aberto, 4 – Cidade Alta – Bérgamo

Conheça um pouco mais sobre a cidade de Bérgamo

Ciao! A Igreja de San Bernardino alle Ossa, fica pertinho do Duomo (476 metros de distância) e passando por ela é impossível imaginar que dentro de sua capela existam ossos humanos de adultos e crianças em todas as paredes e teto. Antigamente era “normal” o uso de decoração com ossos humanos nas igrejas, quando por exemplo, os cemitérios não tinham mais espaço e estes acabavam nas igrejas ou em grandes catacumbas embaixo das mesmas, tanto que existem várias igrejas ou catacumbas como essa pelo mundo. Nós já visitamos algumas (Igreja de Santa Maria Imaculada em Roma, as Catacumbas de Paris e a Igreja de Santo Estevão em Viena) e é sempre uma coisa impressionante, principalmente quando se vê pela primeira vez.

Não temos medo nenhum dessas igrejas ou catacumbas, muito pelo contrário, mas já vimos mais de uma vez pessoas saírem quase chorando, extremamente assustadas ou enojadas dali. O cheiro de todas elas, algumas piores (Viena) algumas melhores (Milão), são sempre “pesados”, afinal são ossos humanos em ambientes fechados, e seria impossível ter um ar agradável. Normalmente têm muito pó também, afinal não dá pra limpar osso por osso, então, se prepare para um ar meio “estranho”.

Perigo não tem nenhum, essas igrejas passam por desinfecção constante e eles nem deixariam entrar se tivesse algum risco grave, mas mesmo assim é sempre bom lembrar que se você tiver qualquer problema de imunidade melhor evitar. Não custa.

Voltando a Igreja San Bernardino de Milão. Sua história começa quando um cemitério foi aberto em 1127 ali na sua região junto a um hospital para leprosos (que não existe mais) e que rapidamente ficou cheio. Foi criado então um ossário para acolher os ossos dos defuntos em 1210 e ao lado desse ossário surge San Bernardino alle Ossa em 1269.

Após um colapso em 1642 da torre do sino da Igreja adjacente de Santo Stefano Maggiore, os dois edifícios parecem estar seriamente danificados. E em pouco tempo, a parte da frente da igreja foi reparada e, ao mesmo tempo, o arquiteto responsável Carlo Buzzi começa a decorar as paredes com as caveiras.

Os ossos estão ao longo das paredes, do altar, do teto, em tudo. Formam desenhos e contrastes com o fundo preto das paredes. Repare no alto ao fundo da igreja, existem umas caixas de madeira com alguns crânios daqueles que foram condenados a morte por assassinato, presos para sempre. Impressionante essa imagem.

No teto, um afresco de Sebastiano Ricci que representa o Triunfo das almas em um vôo de anjos e as Glórias dos quatro santos protetores: Virgem Maria, Santo Ambrósio, São Sebastião e São Bernardino de Siena, que gera um grande impacto com os ossos em volta, parece que eles estão olhando para você enquanto os anjos voam.

San Bernardino alle OssaOs crânios dos condenadosSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaAfresco de Sebastiano RicciSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle Ossa

Giovanni V, então rei de Portugal, visitando San Bernardino alle Ossa em 1728, ficou tão impressionado que queria uma idêntica construída perto de Lisboa, precisamente em Évora. O edifício se chama Capela dos Ossos e você já deve ter ouvido falar.

Uma lenda diz que no dia 02 de novembro (finados) a ossada de uma menininha que fica do lado esquerdo do altar dança a “dança dos mortos” e é possível ouvir do lado de fora da igreja (nós que não vamos lá para conferir rs).

E você, tem coragem?

Chiesa di San Bernardino alle Ossa 
Via Verziere, 2 Milão
Segunda a sexta das 7:30 as 12:00 e das 13:00 as 16:00
Sábado e domingo das 7:30 as 12:00
Entrada gratuita

A famosa rede de cafeterias americana Starbucks abriu em setembro sua primeira loja em Milão. Diferente das outras e com um design incrível, essa se torna uma loja conceito na rede. Apesar de várias lojas pelo mundo, aqui na Itália demorou um pouco, os italianos tem uma cultura bem particular ao café: o expresso e o cappuccino são feitos e consumidos como um “ritual” e eles muitas vezes se tornam resistentes ao café americano. Eu não reclamo, o café aqui é maravilhoso.

Oferecendo um panorama único mundial gastronômico, essa loja, inspirada pela arquitetura italiana (ela fica no antigo prédio do Correio) serve não apenas os clássicos italianos da cafeteria, mas também o gelato, doces e salgados italianos a fim de agradar não só os turistas.

A Starbucks tem uma história particular em Milão: Howard Schultz, fundador da marca, conta que sua inspiração ao criar a cafeteria veio de uma viagem a cidade da moda em 1983. “Minha imaginação foi capturada pelo café italiano, pelo romantismo, pela teatralidade do gesto na preparação em bares, para mim o café no bar é o terceiro lugar fundamental no cotidiano dos italianos. Este lugar entre casa e trabalho foi a inspiração do que mais tarde se tornaria a Starbucks”. E sendo o lugar de inspiração, nada mais justo que Milão ser a sede da maior e mais bela loja.

Fica na Via Cordusio 3, entre o Duomo e o Castello Sforzesco. Tem vários lugares para sentar dentro e fora, um moedor de cobre lindíssimo e um ambiente moderno e elegante.

E não pára por ai! Já abriu uma segunda loja, não uma loja conceito mas a clássica Starbucks na Corso Garibaldi também em Milão, no mês de novembro. E já anunciou que abrirá uma terceira na San Babila. E ainda uma quarta no Aeroporto de Malpensa. A Starbucks está invadindo Milão!

Fomos para Viena partindo de Milão pelo Aeroporto de Bérgamo (já falei antes desde Aeroporto, ele é uma ótima opção para viagens dentro da Itália e países perto). O vôo ao Aeroporto Internacional de Viena foi de 1h20, super rápido. De lá pegamos um trem que fica junto ao aeroporto e nos deixou na Estação Central de Viena. Custou €4,20 para cada e demorou cerca de meia hora.

Da Estação Central até nosso hotel fomos a pé, era uns 15 minutos de distância e já aproveitamos para ir conhecendo a cidade. Em Viena é possível fazer tudo a pé, o centro da cidade é bem compacto.

Tem um mercado na Estação Central de Viena, se chama Spar. Guarde essa informação porque ele abre de domingo. Praticamente nenhum mercado abre de domingo em Viena.

Viena é uma cidade linda, elegantíssima e cara! Sim, tudo é caro em Viena. Mesmo assim vale a pena, todas as comidas, doces, bebidas eram muito gostosos, e é um lugar muito bacana de conhecer.

Começamos a visita pela Catedral de Santo Estêvão (St. Stephen’s Cathedral ou Domkirche St. Stephan) que fica no coração da cidade e foi construída por cima das ruínas de uma igreja romana em 1147. Esse projeto atual é dos séculos XIV a XVI e é de estilo gótico.

Catedral de Santo Estêvão Catedral de Santo EstêvãoCatedral de Santo EstêvãoCatedral de Santo EstêvãoCatedral de Santo EstêvãoCatedral de Santo EstêvãoDetalhe de uma parede da Catedral de Santo EstêvãoVelas na Catedral de Santo Estêvão

A Catedral tem uma torre de 137 metros, e vimos essa torre de vários pontos na cidade. Subindo nessa torre se tem uma vista maravilhosa! O sino que fica pendurado nela foi fundido com os canhões que as tropas turcas deixaram ao se retirar de Viena em 1683. Esse sino caiu e foi destruído no grande incêndio que aconteceu em 1945, e os vienenses voltaram a fundir seus restos para fazer o atual sino. Existe um acesso a essa torre norte de elevador, torre que está ainda inacabada.

O telhado da Catedral é um espetáculo com mais de 250.000 azulejos e dá um ar moderno. Ele foi bem castigado durante a II Guerra, onde foi danificado e restaurado, ficando lindo como está agora.

Estavam limpando as paredes da Catedral que estavam pretas de sujeira. Achamos que elas ficavam lindas sujas e pretas, davam um tom mais dramático.

Um dos motivos que me fez querer ir muito nessa Catedral, além do Mozart ter se casado nela e depois ter acontecido seu funeral, são as Catacumbas.

A Catedral inicialmente era rodeada de cemitérios dos antigos romanos, isso era comum na época. Com a peste bubônica, em 1735 e o fechamento dos cemitérios, houve um grande problema de onde colocar os montes de corpos que chegavam.

A solução que acharam foi transferir os ossos para a parte de baixo da Catedral. Com o acúmulo de corpos a igreja chegou a ser fechada por causa do cheiro que vinha lá de baixo e chegaram a obrigar os prisioneiros a entrar e arrumar os corpos para abrir mais espaço. Entrando nas catacumbas ainda tem um cheiro meio forte, de ar parado. Ficamos imaginando o cheiro daquilo quando os mais de onze mil corpos em decomposição que ainda estão ali, estavam “frescos”.

Eu adoro catacumbas, já visitei a Igreja dos Capuchinhos em Roma e a Igreja de San Bernardino em Milão, nenhuma delas tem esse “ar parado” e as duas usam os ossos como decoração, a de Roma por exemplo faz lustres com os ossos. Já a catacumba de Viena os ossos estão literalmente jogados, se percebe que foram colocados ali as pressas.

As visitas só podem ser guiadas (o guia fala inglês e alemão no tour) e começa com as tumbas de membros da nobreza e clero. Essa parte é bem tranquila.

Depois vem uma sala cheia de caixões e caixas que contém os orgãos internos da família real Habsburgo (era considerado um privilégio desmembrar e “espalhar” sua família).

Passamos também por umas esculturas bizarras que decoravam o externo da Catedral, mas por serem de materiais mais delicados, retiraram e colocaram ali para preservar. E é aí que começa a parte macabra: salas com pilhas e pilhas de ossos humanos, paredes forradas, um buraco cheio deles, ossos quebrados, misturados, sujos. Tudo muito silencioso, úmido e escuro. Cada osso naquele lugar conta uma história e um sofrimento, a ponto de ter sido colocado ali em meio a tantos outros sem nenhuma identificação. É uma grande parte da história da cidade e da grande peste.

A visita é rápida, cerca de meia hora e não tem perigo algum visitar as catacumbas. Eles desinfetam o lugar, tem até entrada para crianças. Lógico que se você estiver com algum problema imunitário, evite por garantia. Infelizmente não tem acesso especial nas catacumbas para deficientes.

A entrada para as catacumbas fica do lado esquerdo dentro da igreja, procure a placa da imagem, que fica numa escada. Nessa placa indica o horário da próxima visita, só ficar por ali na hora, que o guia aparece e todo mundo entra para o tour. O pagamento: €6 adulto e €2,5 criança, apenas em dinheiro no final do tour.