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Segunda Guerra Mundial

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Ciao! Você já ouviu falar na Nápoles subterrânea?  

Bom, hoje vamos te contar uma curiosidade interessantíssima! O subterrâneo de Nápoles é atravessado por uma grande rede de túneis, aquedutos e espaços escavados e utilizados pelos napolitanos ao longo da história da cidade desde vários séculos a.C até poucos anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, e ainda hoje, pelo menos em parte, podem ser visitados, como a Galleria Borbonica. 

Origem

Fomos convidados a visita-la, ela que faz parte do complexo subterrâneo e de Nápoles e que leva o nome do Rei Ferdinando II di Borbone (Rei das Duas Sicílias antes da Unificação da Itália) que em 1853 iniciou sua construção com o objetivo de criar uma conexão subterrânea secreta entre o Palácio Real e a Piazza Vittoria, perto do mar e do quartel, a fim de permitir sua fuga segura e rápida em caso de perigo. Originalmente, essa Galleria seria muito bonita e decorada, afinal, ela seria a passagem para um Rei. 

Infelizmente, a obra nunca foi concluída tanto pelas enormes dificuldades encontradas durante as escavações como pelos problemas políticos que culminaram com a expulsão dos Borbone e a queda do Reino das Duas Sicílias. Sendo assim, a Galleria não é nem de perto decorada e finalizada como deveria ser em seu projeto inicial. 

O que aconteceu com a Galleria Borbonica nos anos seguintes ao Rei Ferdinando?

Ela tem um percurso que se estende da Via Domenico Morelli à Piazzetta Carolina (atrás da Piazza del Plebiscito) e é constituída por túneis, poços, cisternas, cavidades com todo o tipo de resíduos, derramamentos ilegais e decadência. Mas as descobertas não param por aí! Na verdade, de 1939 a 1943 o túnel e as cavidades laterais foram usados ​​pelos moradores de Monte di Dio como abrigo militar, como evidenciado pelos restos do sistema elétrico (lâmpadas de 12 watts) e dos banheiros, os resíduos um tanto esfarrapados de o parquete que pavimentou os vários quartos, os móveis, uma enfermaria improvisada, as camas de ferro de quem se refugiou dos bombardeios aéreos nas entranhas da terra. 

Pense que não era fácil se refugiar ali, pela falta de higiene, luz, conforto… lembre-se que uma lâmpadas de 12 watts não ilumina quase nada, então as pessoas passavam a maior parte do tempo praticamente no escuro. Escritas nas paredes da Galleria Borbonica relembram seu sofrimento (“Nós vivemos” e “26 de abril de 1943 – 13.20 alarme “).

A Galleria virou um depósito

No pós-guerra até aos anos 1970, uma parte da Galleria foi utilizada como depósito de carros e motos apreendidas e confiadas ao Município de Nápoles sob custódia. Escondidos por montes e montes de entulho, surgiram carros e motos que causariam inveja a qualquer colecionador. Dispostos ao longo do percurso é possível admirar, por exemplo, um Fiat 508 Barilla, um Fiat 1400, um Fiat 1100 usado como táxi, um precioso Alfa Romeo 2500 SS cabriolet Pinin Farina, um caminhão de entrega de comida com a inscrição “Bottega dei Mille e ainda um verdadeiro “cemitério de Vespas e Lambrettas”, incrível. 

A partir das ruínas da antiga Nápoles, surgiram até peças de um gigantesco monumento esculpido em memória de Aurelio Padovani, fundador do partido fascista napolitano, que dizem ter sido assassinado por Mussolini, que para despistar o crime fez essa monumento em homenagem a Padovani. Durante a queda do regime, o monumento foi desmontado e escondido na Galleria Borbonica, como que para apagar todos os seus vestígios.

Hoje um incrível museu

Saiba que Galleria Borbonica  é um museu dentro de um museu, uma viagem emocionante e evocativa, que graças também à sua iluminação cenográfica que capta e acompanha seus visitantes em sua viagem subterrânea, celebrando cada objeto, cada detalhe e valorizando sua beleza e sua grandeza.

Também há muita vida sob o asfalto de Nápoles, ali existem muitas histórias da vida real, muitos testemunhos mantidos pela terra ao longo do anos. Graças às indicações de guias apaixonados e muito gentis, você com certeza vai se emocionar vendo tudo isso e vai pensar no quanto essa parte subterrânea da cidade é uma imagem espelhada daquela lá em cima do solo, só mais silenciosa, ambas cenários singulares.

Depois de várias escavações e trabalhos para manter a segurança, a Galleria Borbonica foi aberta ao público pela Associação Cultural “Bourbon Underground” no dia 29 de outubro de 2010 que, com o apoio de voluntários, limpou todas as cavidades dos detritos acumulados, permitindo assim a criação de um caminho subterrâneo de incrível interesse cultural. 

Percursos 

Percorso Standard

Você pode passear dentro dos espaços da galeria e mergulhar em uma viagem extraordinária pela Nápoles subterrânea. A visita inclui as cavidades que faziam parte das cisternas do aqueduto e as utilizadas durante a guerra como abrigo militar. 

Percorso Avventura

Visite a galeria a bordo de uma jangada e navegue em um antigo túnel construído no final dos anos 1980. Aqui também você pode visitar as antigas cisternas dos anos 1500 e 1600. 

Percorso Speleo 

É o percurso mais longo e emocionante. Os visitantes são equipados com um capacete com luz frontal e macacão para explorar os túneis do antigo aqueduto subterrâneo. 

La via delle Memorie

Uma viagem incrível e nostálgica a uma Nápoles destruída pelo bombardeio da guerra, mas que parece ainda estar viva através de achados, relíquias e objetos encontrados por aqueles que viveram nos caminhos subterrâneos para proteger suas vidas.

Bilhetes e horários

A Galleria Borbonica tem quatro opções de percurso e está aberta ao público todas as sextas-feiras, sábados, domingos e feriados a partir das 10h00 / 12h00 / 15h30 / 17h30

Preço dos ingressos a partir de 10 € (depende da opção de percurso)

Grátis até os 10 anos de idade 

Mais informações consulte www.galleriaborbonica.com