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Pinacoteca di Brera

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Ciao a tutti! A Pinacoteca di Brera absolutamente está entre os museus mais importantes da Itália, com obras de arte de artistas italianos da Lombardia, Vêneto e outras regiões. Na Pinacoteca temos tantas obras importantes e interessantes que chega a ser um pouco difícil estabelecer o que seria prioridade, mas nós tentaremos sugerir 9 obras de arte imperdíveis da Pinacoteca di Brera para quem a visita pela primeira vez. Vamos lá! 

Napoleão como Marte Pacificador (Antonio Canova)

A primeira obra de arte que você verá, querendo ou não, na Pinacoteca é a de Napoleão em vestes de Marte Pacificador. Isso porque ela já fica na entrada, ainda no pátio, grande, imponente e quase completamente nu! Ela é a uma segunda versão da escultura realizada em mármore de Carrara pelo grande artista italiano Antonio Canova (um dos maiores escultores e arquitetos de sua época) para o então Imperador francês Napoleão Bonaparte (essa estátua hoje é visível em Londres). 

Essa estátua acabou fazendo muito sucesso, tanto que em 1807 Eugene of Beauhrnais (vice-rei do Reino Itálico) encomendou a Canova uma réplica, mas agora em bronze. O artista assim prepara 5 estátuas de gesso (uma cópia iria para a fundidora do cobre, uma para Nápoles, uma para Lucca, uma para a França e por último, uma para biblioteca da Universidade de Pádua que após uma série de reviravoltas, chega a Milão, onde está ainda hoje dentro da Pinacoteca e seria a 10 obra de arte imperdível da Pinacoteca di Brera. 

O bronze necessário para a construção da estátua foi obtido a partir dos canhões do Castel Sant’Angelo de Roma. Quando a nova estátua de bronze de Napoleão ficou pronta e chegou a Milão, os problemas começaram: onde colocá-la? Várias foram as propostas, incluindo a Piazza del Duomo, porém em 1857, um pedestal foi feito a fim de manter a estátua nos jardins públicos. Só em 1859, finalmente ela foi posicionada onde a vemos hoje: no pátio da Pinacoteca di Brera. 

Curiosidade: em 1978 a vitória alada que fica na mão de Napoleão foi roubada e o que vemos hoje é uma cópia moderna.

Cristo Morto (Andrea Mantegna)

O Cristo Morto de Andrea Mantegna, provavelmente do ano de 1483, é com certeza uma das obras imperdíveis da Pinacoteca di Brera. A pintura é famosíssima pela figura do corpo de Cristo deitado, uma das primeiras obras a instituir este tipo de representação de Jesus. É reconhecida como uma das obras mais importante da Renascença italiana e devido ao virtuosismo de perspectiva apresentado no quadro, considera-se o seu enquadramento algo inovador para a época.

O corpo de Cristo na obra está indefeso sobre uma laje de pedra fria coberta com um lençol. Somente um tecido leve protege seu corpo e seus pés permanecem expostos mostrando suas feridas. A cabeça de Jesus repousa sobre uma almofada retangular enquanto os braços estão abandonados nas laterais. À direita, na lateral do travesseiro, um recipiente é visível com o que será usado para preparar o corpo para o enterro. À esquerda, no topo da pintura, estão aqueles enlutados que choram e vigiam o corpo. Provavelmente são Maria, São João e Madalena. A Virgem enxuga as lágrimas com um lenço. O jovem apóstolo cruza as mãos e Madalena está nas sombras. Absolutamente uma das 10 obras de arte imperdíveis da Pinacoteca di Brera.

O Casamento da Virgem (Raffaello Sanzio)

O casamento da Virgem é uma obra prima do mestre Rafael que remonta a 1504 e retrata o momento em que Maria recebe a aliança de São José. As figuras por trás são todos os pretendentes da Virgem Maria e cada um deles tinha um graveto na mão, esperando por uma espécie de sinal divino, mas apenas o graveto de São José floresceu e o resto da história todos já sabemos. 

Perceba porém que a virgem parece muito jovem. O cabelo é recolhido em um penteado muito modesto. Além disso, uma fita transparente é enrolada na nuca. Maria usa um vestido vermelho e uma capa azul escura que envolve quase toda sua figura. O padre, no entanto, veste um grande vestido cerimonial com decorações douradas. Seu rosto antigo é emoldurado por uma longa barba dividida em duas partes. Lindo, impactante como toda obra de Rafael e uma das 10 obras de arte imperdíveis da Pinacoteca di Brera.

O Beijo (Francesco Hayez) 

Essa obra tornou-se um dos ícones mais representativos dos amantes, bem como um manifesto real do movimento artístico do romantismo italiano. Hayez, graças ao sucesso de sua obra, propôs alguns anos depois três versões diferentes, cada uma com algumas pequenas alterações.

A pintura foi encomendada a Francesco Hayez por um nobre, o conde Alfonso Maria Visconti de Saliceto, que o contratou para representar através da pintura as esperanças associadas à aliança entre a França e o reino da Sardenha (daí a coloração vermelha e azul das roupas) e serviria para adornar sua residência, até que em 1886, um ano antes de sua morte, decidiu doar a tela para a Pinacoteca di Brera em Milão, onde ainda é exibida na sala XXXVII. 

O trabalho representa uma situação íntima entre dois filhos apaixonados, apanhados quando trocam um beijo muito íntimo, delicado e intenso. Observando melhor as roupas dos dois sujeitos retratados, percebemos que o vestido de seda azul da mulher é do estilo do século XIX, enquanto a do homem parece ser de estilo mais antigo, talvez até medieval. Até o cenário ao fundo nos ajuda a perceber o período histórico, um passado medieval e cavalheiresco. 

Esta cena que está ocorrendo entre os dois dentro das paredes parece estar suspensa no tempo, bloqueada em uma atmosfera romântica, sensual e apaixonada. Aparentemente, a cena parece ser pacífica e serena, mas, pelo contrário, você sente uma tensão e instabilidade física já que ele, descansando a perna esquerda no primeiro degrau da escada de pedra, deixa descoberto o punho de uma adaga, visível de baixo da capa. Isso revela o verdadeiro significado da cena e da pintura; não é um momento sentimental simples, mas uma partida. 

Existem muitos significados ocultos em O Beijo como por exemplo, a sua mensagem política. O homem que cumprimenta a mulher com um beijo rápido e apaixonado parece retratar um jovem patriota voluntário antes de lutar por sua terra. Não é por acaso que a pintura foi produzida em 1859, o segundo ano da Guerra da Independência. Até a figura perturbadora na penumbra despertou múltiplas interpretações, há quem acredite que a presença desconhecida possa representar um homem com a intenção de espionar furtivamente a cena, um conspirador que está esperando o parceiro iniciar a ação ou simplesmente que é uma empregada. 

A Ceia em Emaús (Caravaggio)

Nossa obra preferida da Pinacoteca. Representa o momento exato em que Cristo, depois de ressuscitado, aparece em visão para alguns apóstolos. Há outra versão da pintura, feita em 1601, preservada na Galeria Nacional de Londres.

A obra coincide com um momento muito delicado para o pintor: estamos no verão de 1606. Aos 35 anos, Caravaggio está em Roma, onde finalmente está alcançando fama e sucesso: mas de repente tudo muda. O pintor se envolve em uma luta durante a qual ele atinge seu rival até a morte e teve que fugir. Além disso, ele ficou gravemente ferido durante esse confronto. A partir de então, ele será procurado como assassino e terá que levar uma vida fugitiva. A pintura provavelmente foi feita enquanto Caravaggio estava escondido nos feudos campestres, esperando para curar e se mudar para Nápoles. 

A pintura conta um episódio do Evangelho que ocorre logo após a ressurreição de Jesus, em uma estalagem em Emaús, um local não muito longe de Jerusalém. Depois de partir o pão, ele o abençoa com o mesmo gesto feito durante a Última Ceia, e assim é reconhecido pelos dois discípulos reunidos. O rosto de Cristo está meio deixado na sombra e expressa um sentimento de melancolia muito forte. A emoção é inteiramente confiada aos rostos e atitudes dos personagens. 

Curiosidade: há quem diga que, na figura de Cristo, Caravaggio se retratou.

A Flagelação de Cristo (Luca Signorelli)

A Flagelação de Cristo é uma linda obra de Luca Signorelli, que fez parte do seleto grupo de artistas chamados a Roma pelo Papa Sisto IV para decorar com afrescos a Capela Sistina no Vaticano. Nessa obra, Cristo é retratado no centro, amarrado a uma coluna encimada por uma estatueta de bronze junto a outras figuras, caracterizadas por um grande dinamismo.

Repare que Cristo está sempre imóvel na coluna, mas ao seu redor uma série de caracteres são organizados de maneira desordenada e, além disso, os dois flagelantes, com as costas arqueadas (do qual podemos ver um ótimo estudo de anatomia, uma das principais características do estilo de Luca Signorelli), quase parecem dois atores de teatro a contribuir para tornar a cena de Luca mais impactante. Este é um sinal de que, a partir dos anos oitenta do século XV, há uma impaciência em relação às regras e esquemas harmoniosos e compostos do início da Renascença. Extremamente inovador para sua época. 

Cristo na Coluna (Bramante)

O trabalho do grande mestre Bramante apresenta uma grande tensão emocional e apresenta Cristo à coluna diretamente em primeiro plano, em contato direto com o visitante. Seu corpo é perfeito, musculoso, esculpido, poderoso, clássico, que amarrado à coluna parece vir em nossa direção. A coluna é decorada com os clássicos motivos florais renascentistas que também encontraremos na sacristia de Santa Maria preso San Satiro, ainda em Milão, e em muitas outras obras.

É um trabalho que mexe com você, impossível ser indiferente a ele, são olhos e lágrimas que não são facilmente esquecidos quando você sai da sala. A corda é apertada ao redor do pescoço (observe o realismo) a tal ponto que o rosto é cinza, contrastando fortemente com a pele rosácea do resto do corpo. A mesma corda apertada no braço, entre a clavícula e o pescoço, um sinal evidente de fricção. A coroa de espinhos afunda na cabeça e uma corrente de sangue cai da linha do cabelo. A testa enrugada e o rosto semi-iluminado revelam uma lágrima quase invisível que cai e se aproxima daquele rosto esculpido pela paixão. Lindo.

Pietà (Giovanni Bellini)

Bellini é um pintor extraordinário. Impossível tirar os olhos do rosto de uma mãe que toca seu filho, tornando-se uma representação universal do tormento de uma mãe que chora por ele. É como se a Virgem estivesse procurando uma última olhada nos olhos fechados de Cristo. Como se tentasse perceber seu último suspiro com os lábios semicerrados. Todo o resto é perfeição. As mãos, muito brancas de Cristo, rosadas, as de Maria. Barbas e cabelos. A fina tira de sangue na mortalha de Jesus. O desenho, como não cansamos de dizer, é do mestre Bellini. A escolha de ter como pano de fundo, dos ombros para cima, e apenas um céu cinzento tira qualquer distração do espectador e te leva ainda mais para as figuras dos personagens.

Reencontro do corpo de São Marcos (Tintoretto)

Esta tela de Tintoretto é muito particular devido à sua forma quadrada, geometricamente perfeita. Como se isso não bastasse, essa perfeição se deve ao fato de que, provavelmente, o artista criou um modelo de madeira para estudar luzes e sombras. A cena representa a aparição de São Marcos aos dois comerciantes, que procuram o cadáver do santo nas catacumbas de Alexandria, no Egito. Mas qual é o túmulo certo? Aqui, então, é que São Marcos indica o sarcófago que contém os restos de sua existência terrena. E seu corpo está deitado no chão, em primeiro plano, à esquerda em um vislumbre ousado. Em primeiro plano, à direita, uma pessoa (o personagem vestido de preto) se contorce e o fio de fumaça que sai de sua boca representa o diabo expulso. 

No centro está um dos comerciantes que olha implorando para a figura do santo a iluminar a cena com uma luz ofuscante. No fundo, uma luz sulfurosa raspa os arcos da catacumba e ilumina os fios prateados das teias de aranha fantasmagóricas. A perspectiva com um ponto de fuga fora da pintura aumenta o drama e a teatralidade, e os ladrilhos quadriculados podem ser vistos sob a cortina dos personagens. Aqui está o método Tintoretto: primeiro construa a arquitetura e depois coloque os caracteres. Precisamente isso. 

Anote então quais as 9 obras de arte imperdíveis da Pinacoteca di Brera para sua próxima visita!

Pinacoteca di Brera 

Via Brera, 28

Atenção: devido a emergência do Covid-19, durante todo verão 2020 as visitas devem ser agendadas com antecedência aqui e são gratuitas também por todo o verão 2020

A Pinacoteca abre todos os dias das 9h30 às 18h30 (exceto segunda-feira), com última entrada as 17h

Ciao! Decidimos fazer um guia do que fazer em Milão, que é sempre visto como uma cidade “de passagem”, mas tem tanta coisa bacana pra se fazer, que é injusto dizer isso, e lendo essa lista você vai concordar com a gente.

Vamos lá!

Duomo

Nosso lugar predileto em Milão e não precisa de apresentação (leia aqui o post que fizemos exclusivamente para ele). O Duomo é feito em mármore branco-rosa de Candoglia, todo ornamentado e cheio de lendas e de uma beleza ímpar, com estátuas como a de São Bartolomeu que segura sua própria pele em sinal de seu martírio, e algumas outras estranhas como a de pugilistas e uma raquete de tênis. Além da primeira Estátua da Liberdade na sua fachada, feita 70 anos antes da americana e serviu de inspiração para essa. São 3.400 estátuas no total, 135 gárgulas e 700 outras figuras.

Um dos pregos sagrados da cruz de Jesus também está no Duomo, e pode ser visto por todos nós a partir do segundo sábado de setembro, por dois dias.

É passagem obrigatória quando se vem a Milão.

Galleria Vittorio Emanuele II 

Coitado do Touro

Galeria em estilo neo renascentista em forma de cruz que liga o Duomo ao Teatro Scala, é chamada de “salotto” de Milão e segundo um regulamento todas as lojas no seu interior tem o nome escrito em dourado com fundo preto. Dá pra ser mais elegante? Você precisa visitar!

A superstição diz que para retornar a Roma o turista deve jogar uma moedinha na Fontana di Trevi, de costas e olhos fechados. E para retornar a Milão? Bom, a solução, bem menos elegante é girar 3 vezes o calcanhar direito nas partes íntimas do touro que se encontrar no chão de mosaico da Galeria. Isso garante o retorno a cidade. Esse ritual é feito tantas vezes que ele deve ser sempre restaurado.

Teatro alla Scala

É o teatro de óperas de Milão e o maior teatro lírico do mundo. Foi inaugurado em 1778 e inspirou depois a Ópera de Viena. Particularmente não achamos ele muito bonito por fora, talvez por ficar do lado da Galeria Vittorio Emanuele e perto do Duomo ele fique mais “feinho” em comparação, mas por dentro ele é um espetáculo único.

Comprar um dos disputadíssimos bilhetes para as óperas é um exercício de paciência, mas mesmo não conseguindo é possível visitar o museu.

Uma curiosidade é que seu famoso lampadário com 400 lâmpadas não é todo de cristal, mas sim de plástico em algumas partes. Não por motivos econômicos, mas de segurança, ele ficaria muito pesado. O atual lampadário é uma cópia daquele que foi destruído nos bombardeios da Segunda Guerra Mundial. Para limpá-lo, demora vinte dias!

Quadrilatero della Moda 

Milão é sem dúvidas a capital da moda. E o “Quadrilátero de ouro da moda” que é composto por quatro ruas (Via Montenapoleone, Via Alessandro Manzoni, Via della Spiga e Corso Venezia) é onde os estilistas oferecem suas melhores criações.

Passear pelo Quadrilátero é uma oportunidade única para respirarmos a magia de Milão entre as lindas luzes das lojas, a elegância dos atêlies, o charme das perfumarias, cercados pelas maiores marcas: Armani, Versace, Dolce e Gabbana, Prada, Louis Vuitton, Chanel, Gucci, Bulgari, Cartier, Valentino.

É considerada uma das ruas mais caras do mundo junto com a Quinta Avenida em Nova York e Champs Elysees em Paris (aproveite para ler aqui a matéria exclusiva sobre as ruas de compras em Milão).

Andando pelo Quadrilátero você se sente em uma passarela e às vezes é possível encontrar algum famoso fazendo compras, já encontramos uma das Spice Girls por ali.

Chiesa San Bernardino alle Ossa

San Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle Ossa

Já dissemos no post do Duomo de Milão, no post do Castelo do Drácula na Romênia e no post das Catacumbas de Santo Estevão em Viena (quantos!) que adoramos coisas macabras. Então, essa igreja fica pertinho do Duomo e contém ossos humanos, sim, crânios, tíbias, de adultos e crianças cobrem as paredes da capela.

Sendo um lugar macabro assim, existem várias hipóteses e lendas da origem dos ossos: pela peste, ossos dos mártires cristãos guiados por São Ambrósio contra os arianos, mortos pela invasão bárbara no ano de 539, e tantas outras.

Uma lenda narra que um esqueleto de uma menininha que fica no lado esquerdo do altar do ossário, no dia de finados volta a vida e dança com os outros ossos a “dança dos mortos”.

E olhando para cima, em uma caixinha de madeira alguns ossos de assassinos ainda estão “presos” para a eternidade.

A entrada é gratuita e sempre ficamos uma meia hora sentados ali, tentando imaginar a história de cada um daqueles ossos. É um lugar realmente surpreendente de Milão e vale uma visita.

Cenaculo Vinciano

A Última Ceia de Leonardo da Vinci em Milão é passagem obrigatória também, você já percebeu que sempre que pensa na imagem da Santa Ceia vem essa pintura a mente? Leonardo da Vinci praticamente criou o retrato dessa história bíblica. Você tem que ver! Ele foi pintado na parede onde era o refeitório do Convento di Santa Maria delle Grazie e confesso que saímos muito emocionados ao vê-lo, com o tempo a pintura está se apagando e é muito triste saber que uma obra dessa importância está acabando. Para visitá-lo você deve se organizar bem, os ingressos são super concorridos e é praticamente impossível comprar na hora.

Castello Sforzesco

O Sforzesco fica numa linha reta saindo do Duomo, e o caminho entre eles é uma rua linda, cheia de restaurantes, sorveterias, lojas e é um dos passeios mais bacanas em Milão. Dentro dele, no pátio, é possível comer um lanchinho, conversar, ficar horas tomando sol, beber água nas “viuvinhas” e ver os turistas e moradores passeando. O Castelo é também um importante museu de instrumentos musicais, de arte decorativa, arte pré-histórica, entre outros. Nossa obra favorita ali que é a Pietà Rondanini, escultura não finalizada de Michelângelo que seria usada para seu túmulo, porém ele morreu antes de termina-la. Os ingressos são comprados na hora.

Uma dica bem legal é que todo primeiro domingo do mês a entrada é gratuita nos museus. Então, se vier a Milão e gostar de museus, aproveite (veja aqui quando e quais museus de Milão são gratuitos).

Aproveite também e faça um passeio no Parco Sempione, antes jardim do Castelo e exclusivo da família real, hoje é um dos lugares preferidos dos milaneses. Relaxe com a vista do Castelo de um lado e o Arco della Pace de outro.

Navigli

São dois canais antes usados para transportes de mercadorias de Milão, hoje uma das zonas mais frequentadas e amadas de turistas e moradores. Faça o caminho saindo do Duomo, passando pela Via Torino, chegando a Porta Ticinese e na Piazza XXIV Maggio, demora cerca de meia hora, mas as vezes demora mais porque na Via Torino é fácil se distrair com várias lojas bem legais.

No Navigli existem vários barzinhos, restaurantes onde os milaneses e turistas fazem o “aperitivo” que é o nosso Happy Hour com a diferença que se come (quantas vezes quiser repetir) os buffets disponíveis. Basta comprar uma bebida, cerveja, vinho, um drink, e o buffet é incluso. Nós, e a maior parte daqueles que fazem o aperitivo, já aproveitam e fazem o “apericena“, aperitivo + cena (jantar).

Ainda sobre o Navigli, conheça: A Viela dos Lavandeiros: um pequeno vislumbre da história de Milão.

Chiesa di Santa Maria presso San Satiro

Chiesa di Santa Maria presso San Satiro Chiesa di Santa Maria presso San Satiro

A Chiesa di San Satiro é fantástica, fica escondida na Via Torino. Entrando é uma igreja comum, mas andando em direção ao altar você percebe que tem algo “errado”. Ela esconde uma ilusão de ótica, obra de Bramante, um dos maiores arquitetos italianos. Ele pintou a abside em 97 centímetros e não 9 metros e setenta centímetros como era o projeto original, tornando essa igreja uma obra-prima do estudo de perspectiva.

Cimitero Monumentale

Famedio

Cheio de obras de arte funerárias clássicas e contemporâneas com templos gregos e obeliscos o Cemitério Monumental é um museu a céu aberto. Sua entrada principal, chamada de Famedio, foi pensada para ser uma igreja inicialmente e alguns monumentos fúnebres de famílias milanesas importantes como Pirelli e Campari estão ali. Abandonado no fundo do cemitério tem o primeiro crematório da Europa e andando por ele é fácil esquecer que é um cemitério.

Pinacoteca di Brera

Napoleão Bonaparte em vestes de Vênus Pacificador, fica na entrada da Pinacoteca

Um dos museus mais importantes do mundo, com obras como “Achando o corpo de São Marcos”, de Tintoretto; “O Beijo”, de Francesco Hayez, “O Casamento da Virgem”, de Rafael, e em especial “Lamento sobre Cristo Morto”, de Mantegna. A Pinacoteca de Brera (leia aqui sobre Brera) tem entrada gratuita no primeiro domingo do mês e vale muito a visita, principalmente para quem adora museus. Independente das obras em exposição, o prédio da Pinacoteca é uma obra de arte por si só.

Certosa di Milano

A Igreja de São Maurizio ou “Capela Sistina” de Milão. Totalmente fora do circuito turístico. Não foi pintada pelo gênio Michelangelo como a do Vaticano, mas é especialmente bela também, de autoria do pintor lombardo Bernardino Luigi, e é considerada uma das mais importantes pinturas lombardas do século XVI.

A igreja fazia parte do Monastério das freiras beneditinas e depois transformado em um convento de clausura, para onde iam as donzelas milanesas ricas. Sendo assim, a família de uma delas, os Bentivoglio construíram a igreja em 1503.

Sua contra fachada é do mestre Caravaggio, o qual somos especialmente fãs.

É uma daquelas igrejas não famosas dos turistas, mas que deve ser visitada, é espetacular.

Basilica di Sant’Ambrogio

Basilica di Sant'AmbrogioBasilica di Sant'AmbrogioBasilica di Sant'Ambrogio

Uma das mais antigas igrejas de Milão, construída em 387 pelo próprio santo que lhe dá o nome. Um ponto muito forte da Basílica é a decoração de mosaico de Cristo Redentor entronado entre os Santos Gervásio e Protásio em trajes militares e duas cenas da vida de Santo Ambrósio, como ele descansando e outra dele sendo carregado por anjos para Tours a fim de celebrar o funeral de São Martinho, patrono da igreja francesa. Foram escolhidos assim para celebrar a aliança entre a igreja milanesa e a francesa, que remonta ao século IX, mas quase completamente restaurado após os bombardeios da Segunda Guerra Mundial.

La Colonna del Diavolo

A esquerda da Basílica de Santo Ambrósio fica uma coluna romana com dois furos que, segundo as lendas, foi feita por uma chifrada do Diabo.

La Colonna del DiavoloLa Colonna del Diavolo

Uma manhã, Santo Ambrósio estava caminhando pela Basílica e encontra Satanás. Conversaram por um bom tempo, no qual ele tenta convencer o Santo a desistir de seus votos. Cansado das tentativas, Santo Ambrósio luta e dá um chute, fazendo o diabo cair de cabeça contra a coluna, formando os dois furos e ficando ali preso por dois dias até conseguir criar um portal para o inferno e fugir.

Dizem que ainda hoje se aproximando dos buracos se sente cheiro de enxofre e o barulho do fogo infernal. E ainda que na Páscoa se pode ver uma carroça com as almas danadas, puxadas pelo próprio Diabo. Que história não?

Colonne di San Lorenzo

Na frente da Basílica de São Lourenço é possível voltar no tempo e admirar uma Milão antiga, com 16 colunas de inteiro mármore da época que a cidade era a capital do Império Romano Ocidental. Foi ali que o Imperador Constantino, em 313 consentiu a liberdade de culto, inclusive cristã. Em sua parede está a Lápide de Lucio Vero, do ano 167 d.C. Lucio, junto com Marco Aurélio, governaram o Império Romano.

É uma parte bem bacana da cidade, cheia de barzinhos em volta, muitos jovens se reunem à noite para conversar e também fazer o famoso “aperitivo”.

Fondazione Prada

Instituição dedicada a arte contemporânea e cultura. De 1993 a 2010 a Fundação organizou um espaço expositivo de 24 personalidades artísticas de nível internacional em Milão. De 2005 a 2009, em ocasião da Bienal de Viena, foram expostas também obras de personalidades em Veneza.

Nos últimos 20 anos foram promovidas atividades cinematográficas e em 2011 a Fundação abre uma sede em Veneza, seguida em 2015 por uma sede em Milão.

É uma parte nova na cidade e nada turística, ainda, mas é bem moderna e interessante.

Chinatown

É o bairro de Milão com o maior número de lojas e moradores chineses. Adoramos a Chinatown! Divertida, cheia de comidinhas diferentes e gostosas, é um ótimo passeio.

Um dos mercadinhos de Chinatown, vontade de comprar tudo!

A doceria Huang Ji Dessert e seu famoso suco de frutas e doces, fica dentro do Oriental Mall. O restaurante Hua Cheng, com pratos deliciosos fora do rolinho primavera. Não deixe de ir no Kathay Food, que tem produtos desde tailandeses até os nossos brasileiros!

CityLife

CityLifeCityLifeCityLife

É um projeto de requalificação do quarteirão Fiera di Milano, com o intuito de criar uma nova urbanização e um grande impacto visual. Após um concurso, foi criada a sociedade “CityLife“, controlada agora pelo Gruppo Generali e participação da Allianz. O projeto foi lançado em 2004, começou a ser realizado em 2007 e deveria ficar pronto até a Expo em 2015, mas atrasou e ainda está em finalização no ano de 2018.

O projeto e seus 3 arranha-céus (Tre Torri): o reto, o torto (estão prontos) e o curvo (em construção). Esses arranha-céus desafiam a engenharia com seu projeto audacioso, mas ao mesmo tempo mostra toda a modernidade de Milão.

O projeto inclui a maior área para pedestres da cidade e uma das maiores da Europa.

O Shopping CityLife que está entre os 3 prédios é também super moderno, elegante, com muitas lojas, restaurantes, fácil acesso com um metrô na porta (Estação Tre Torre – Linha Lilás). Seu estilo foi inspirado em um bosque, com revestimento do teto e piso em bamboo. Lindo!

San Siro Stadio

Estádio do Milan e do Inter de Milão, que também dividem seu museu. Esse estádio tem shows, muitos jogos e é perfeito para quem gosta de esporte. Tem visita guiada e o acesso é super fácil, tem um metrô na porta (Estação San Siro Stadio – Linha Lilás).

Bosco Verticale

É um edifício residencial sustentável que contribui para o meio-ambiente e biodiversidade urbana. A primeira vez que vimos ficamos impressionados, ele é lindíssimo e muito diferente, as plantas ajudam a manter a umidade correta do ar, deixando os apartamentos mais frescos no verão e também auxiliam no isolamento acústico. Sendo residencial só podemos ver de fora, a não ser que tenha um amigo morador.

Piazza degli Affari

Praça da famosa escultura L.O.V.E, ou “O Dedo”, que é essa escultura malcriada da imagem que fica bem na frente da bolsa de valores de Milão. Oficialmente se trata de uma saudação romana (braço direito alto cerca de 135 graus e a palma da mão reta com os dedos unidos), porém com quatro dedos cortados, deixando apenas o dedo médio. Já foi associada como protesto as altas finanças, mas seu criador Maurizio Cattelan nunca confirmou essa teoria. De qualquer forma é uma obra interessante e divertida.

Tá vendo como Milão é surpreendente, cheia de mistérios, lendas e histórias?

Até a próxima! Bacione!