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Ciao! Milão, além de ser conhecida por todos como a capital da moda, é também muito rica em lugares de interesse histórico, artístico, cultural e arquitetônico. Entre eles, numerosas igrejas muito antigas, históricas e sugestivas, tanto em seu exterior como do seu interior fazem parte de todo roteiro. Claro, visitar a Itália e não entrar em nenhuma das lindas igrejas é uma tarefa impossível, então fizemos um roteiro com as 9 igrejas mais bonitas de Milão, que te levarão a uma maravilhosa viagem pela arte, arquitetura, história e lendas da cidade (algumas até macabras). Descubra agora com a gente!

Igreja de Santa Maria delle Grazie

Localizada no coração do centro histórico da cidade, a Igreja de Santa Maria delle Grazie é, sem dúvidas, uma das 10 igrejas mais bonitas de Milão. Além disso, essa igreja abriga em seu antigo refeitório, uma das obras mais importantes da arte italiana e mundial, visitada por inúmeros turistas todos os anos: “A Última Ceia” de Leonardo Da Vinci e com isso não precisamos dizer mais nada, você precisa conhecer! E atenção que os ingressos para visitar a A Última Ceia são concorridíssimos, se prepare para comprá-los com bastante antecedência e não perca essa oportunidade. 

Piazza di Santa Maria delle Grazie

Leia aqui nossa matéria exclusiva: Como visitar a Última Ceia de Leonardo da Vinci em Milão

Igreja de San Maurizio al Monastero Maggiore

Já a poucos passos da Igreja de Santa Maria delle Grazie, a Igreja de San Maurizio al Monastero Maggiore parece uma igreja qualquer olhando por fora, sem muitos atrativos. Porém, não se iluda, basta entrar que sua opinião mudará, San Maurizio al Monastero Maggiore se trata de um dos maiores tesouros da cidade e é com certeza uma das 10 igrejas mais bonitas da cidade. É chamada de Capela Sistina de Milão pelos 4 mil metros de afrescos em seu interior e esse apelido não é atoa. 

Corso Magenta, 13

Leia aqui a matéria exclusiva que fizemos sobre a Igreja de San Maurizio al Monastero Maggiore.

Basílica de Santo Ambrósio

Desviando um pouco da Corso Magenta, vá até a Basílica de Santo Ambrósio, que foi construída entre os anos 379 e 386 d.C. em uma vasta área originalmente reservada aos enterros cristãos e caracterizada pela presença de pequenas celas dedicadas aos mártires Gervásio e Protásio, assim como destinada a abrigar o túmulo de seu fundador, Santo Ambrósio (o corpo pode ser ainda visitado, ele fica na capela nos fundos da igreja). A Basílica de Santo Ambrósio foi amplamente modificada a partir do século IX e em torno dela existem muitas e muitas lendas que tornam sua visita imperdível, como a Coluna do Diabo e a “serpente de Moisés”. Ficou curioso né?

Piazza Sant’Ambrogio, 15

Leia aqui a matéria exclusiva que fizemos sobre a Basílica de Santo Ambrósio e a Coluna do Diabo.

Basílica de San Lorenzo Maggiore

Agora é a vez de conhecer a igreja mais antiga de Milão, a Basílica de San Lorenzo Maggiore, que data do século IV. Ainda hoje é possível admirá-la em toda a sua majestade, apesar de ter passado por inúmeras operações de restauração ao longo dos séculos. Aproveite sua visita e conheça também as Colunas de San Lorenzo, um grupo de dezesseis antigas ruínas romanas que ficam na frente da Basílica. Em contraste com toda essa história, uma vida noturna bem ativa existe por ali, devido ao número de jovens que fazem seus aperitivos nos inúmeros bares da Corso di Porta Ticinese. Ótima dica também para quem quiser aproveitar a noite de Milão.

Corso di Porta Ticinese, 35 

Basílica de Santo Eustórgio

Na Piazza que fica basicamente na mesma rua, temos a Basílica de Santo Eustórgio. As origens dessa basílica são também muito antigas: dizem que ela foi construída pelo próprio bispo Eustórgio no século IV, a fim de abrigar os restos mortais dos 3 Reis Magos trazidos de Constantinopla e essa história quase ninguém te conta. A “Capela dos Magos” ainda está na basílica, na qual é possível observar um grande sarcófago de pedra original, que foi saqueado e os restos mortais dos magos levados para a cidade alemã de Colônia. Em 1904 alguns fragmentos delas foram devolvidos a Santo Eustórgio. Se sua visita for no dia 06 de fevereiro então, dia dos Reis Magos, espere uma procissão com pessoas fantasiadas, crianças, todos para celebrar a tradição na igreja que os abrigava.

Piazza Sant’Eustorgio, 1

Leia aqui a matéria exclusiva que fizemos sobre o O sarcófago dos Reis Magos em Milão

Igreja de Santa Eufêmia

Caracterizada por uma fachada externa nos moldes do século XIX não muito chamativa, a Igreja de Santa Eufêmia merece uma visita. Toda a simplicidade que se vê por fora muda ao entrarmos: ela é especialmente decorada com mármores, mosaicos e afrescos de cores muito vivas, nem parece uma igreja. É no mínimo um lugar diferente para visitar, dê uma passadinha. 

Piazza Sant’Eufemia, 2

Igreja de Santa Maria presso San Satiro

A visita da Igreja de Santa Maria presso San Satiro, além de ter um nome complicado, na nossa opinião é uma obrigação para todo visitante de Milão, graças à uma particularidade que a distingue. O arquiteto e pintor Donato Bramante que, com a ajuda da pintura e sua habilidade deu origem a uma abside falsa onde há uma parede que é na verdade totalmente plana com apenas 97 cm de profundidade mas que parece ter 9 metros e 70 centímetros. Como? Bramante pintou uma verdadeira ilusão de ótica! 

Via Speronari, 3 ou escondidinha entre dois prédios na Via Torino 17/19

Leia aqui a matéria exclusiva que fizemos sobre a San Satiro

Duomo de Milão

A poucos passos da igreja de San Satiro vem a Catedral de Milão, o Duomo, o monumento mais importante da cidade que domina todo o seu centro histórico. Dedicado a Santa Maria Nascente, a sua peculiaridade reside no material com que foi feito, inteiro em mármore cinza-rosa de Candoglia. O Duomo é também a igreja com o maior número de estátuas do mundo, são 3.400 delas, 135 gárgulas e outras 700 figuras, conferindo-lhe uma beleza que raramente é encontrada em outros monumentos. Ele é surpreendente, e será impossível não passar por ele algumas vezes em sua visita. 

Piazza Duomo

Leia aqui a matéria exclusiva que fizemos sobre o Duomo de Milão

Igreja de San Bernardino alle Ossa

A Igreja de San Bernardino alle Ossa, fica pertinho do Duomo (476 metros de distância) e passando por ela é impossível imaginar que dentro de sua capela existam ossos humanos de adultos e crianças em todas as paredes e teto. Mas calma, antigamente isso era “normal”, quando por exemplo, os cemitérios não tinham mais espaço e os ossos dos mortos acabavam sendo usados como decoração das igrejas, tanto que existem várias igrejas como essa pelo mundo (em Praga e Évora por exemplo). Sua visita, apesar de ser delicada para alguns, é sempre uma coisa impressionante, principalmente quando se vê pela primeira vez.

Piazza Santo Stefano

Leia aqui a matéria exclusiva que fizemos sobre a Igreja de San Bernardino alle Ossa

Com esse Roteiro pelas 9 igrejas mais bonitas de Milão não vai faltar o que fazer por aqui, aproveite! Bom passeio!

Aproveite e saiba mais sobre nossos ENSAIOS FOTOGRÁFICOS EM MILÃO! Leve para casa as mais lindas recordações!

Ciao a tutti! A poucos metros do Naviglio, andando pela Corso di Porta Ticinese, você passará em frente à igreja de Santo Eustórgio. E talvez sem perceber, estará passando por uma das mais lindas e importantes igrejas do mundo, isso porque o sarcófago de pedra que guardava o corpo dos três Reis Magos está ali!

Igreja de Santo Eustórgio

Ninguém sabe exatamente se eles realmente existiram ou onde eles morreram: algumas lendas dizem na Pérsia, outras em Jerusalém depois que Jesus foi crucificado, outras no Monte Sabalan, no atual Azerbaijão, onde haviam consagrado uma capela dedicada a Jesus e se encontravam ali todos os anos. Mas a única coisa certa é que foi Santa Helena, mãe do imperador Constantino, a encontrar seus restos mortais e os levou a Constantinopla.

Sendo assim, Eustórgio, nomeado bispo de Milão na época, foi a Constantinopla para receber a confirmação dessa nomeação e, na ocasião, recebeu também um grande sarcófago como presente do imperador, que continha as relíquias dos Reis Magos. Naquela época, não era tão fácil assim transportar mercadorias, especialmente preciosas, como as relíquias. Bois foram usados para rebocar o sarcófago até a catedral de Santa Tecla (que deu lugar ao Duomo), porém em um certo ponto da jornada, os animais cansaram e não queriam mais continuar: Eustórgio entende que aquele era um sinal do lugar onde os Magos deveriam ser ficar e desistiu da ideia de transportá-los para a catedral. Neste mesmo local, foi construída a igreja de Santo Eustórgio, por volta do ano 340 e nela uma pedra esculpida ainda se lembra do episódio.

As relíquias permaneceram na igreja Santo Eustórgio até 1162, quando Milão foi saqueada por Federico Barbarossa: seu espólio de guerra, incluindo as relíquias, foram entregues a Rainald de Dassel, arcebispo de Colônia na Alemanha, que as transferiu para a catedral da cidade, onde ainda estão guardados no Dreikönigenschrein, a Arca dos Três Reis Magos, o maior sarcófago da Europa, feita de prata dourada, com mais de um metro e meio de altura, dois metros de comprimento e trezentos quilos de peso. Milão ficou apenas com uma medalha que segundo a tradição, foi feita com parte do ouro doado pelos Reis Magos ao Menino Jesus. E a cada Epifania (no dia 06 de janeiro), a medalha é exibida ao lado do grande sarcófago de pedra deixado vazio que ainda se encontra na Capela dos Reis Magos, localizada na basílica de Santo Eustórgio em Milão.

Porém, finalmente em 1904, o cardeal Andrea Carlo Ferrari, arcebispo de Milão, consegue recuperar uma pequena parte das relíquias: dois perônios, uma tíbia e uma vértebra, que hoje são mantidas em uma urna de bronze na Capela dos Reis Magos, visível ao público. Além disso, existem outras relíquias aqui na Lombardia: três falanges mantidas na paróquia de Santo Ambrósio em Brugherio (Província de Monza e Brianza) e exibidas, assim como a medalha de ouro em Milão, no dia da Epifania de cada ano. Essas relíquias, chamadas “degli Umitt” (ou “homens pequenos”, devido ao tamanho pequeno do relicário), teriam sido doadas por Santo Ambrósio a sua irmã Santa Marcelina antes do roubo de Barbarossa.

Mesmo que toda a relíquia não esteja mais em Milão, uma parte ainda está e além disso o sarcófago de pedra que sempre os abrigou por mais de mil anos até o furto e a medalha forjada com o ouro dito presenteado a Jesus estão na Basílica de Santo Eustórgio. A presença dos Magos, ou o que resta deles, também pode ser vista pelo fato de que na ponta da torre do sino de Santo Eustórgio, em vez de uma cruz, há uma estrela de oito pontas, símbolo do cometa que guiou os Reis Magos a Belém. Uma visita pra lá de importante e interessante em Milão, principalmente se for dia 06 de janeiro.

Ciao! Hoje falaremos da lindíssima Basílica de San Vittore al Corpo, que é uma das igrejas mais desconhecidas de Milão aos olhos turísticos, apesar dela estar em um dos cantos mais movimentados da cidade, uma injustiça já que ela é um dos lugares mais antigos e impregnados de história por aqui. E agora vamos te mostrar porque ela deve entrar no seu roteiro:

A história da Basílica de San Vittore al Corpo começa já no período romano. Foi fundada por volta do século VIII para abrigar os corpos de San Vittore e San Satiro (que não está em San Vittore, está na Basílica de Sant’Ambrogio). No mesmo terreno também foi construído um mausoléu imperial, estrutura cujas fundações permaneceram ocultas até a década de 1950. 

Nesse mesmo lugar foi construída uma igreja no século IX, mantendo o mausoléu cristianizado e dedicado a São Gregório, até o século XVI, quando um mosteiro foi construído do lado. A igreja em uma primeira versão foi feita ao contrário em comparação com o que é hoje. Os Monges Olivetanos distorceram a estrutura em 1560 demolindo o que era São Gregório, ou seja, o mausoléu e transformando a entrada da igreja para o que é hoje. Sim, é bem confuso infelizmente.

A fachada, porém, permaneceu inacabada. Já seu interior foi bem caprichado com o melhor da decoração que existia nos séculos XVI e XVII, então vendo a fachada simples não desanime, o melhor está lá dentro. Afrescos, muito dourado e pinturas do século XVII fazem dessa igreja uma maravilha aos olhos, é impressionante. São dois mil anos de história preservados sob nossos pés. A Basílica de San Vittore al Corpo em Milão é uma verdadeira jóia.

Os claustros do antigo mosteiro abrigam hoje o Museu de Ciência e Tecnologia, uma das maiores excelências milanesas, de onde se pode admirar os traços de um passado antigo e glorioso que vale também visitar.

Em nossa última visita, soubemos que seria possível subir na Torre do Sino. Isso só é possível em dois dias do ano nos meses de maio e setembro. Não havia fila mas deixamos nossos dados de contato com um funcionário da Basílica e esperamos para entrar com um grupo que também esperava pela visita com o sineiro que seria também nosso guia. 

O problema foi subir as escadas, que são de uma madeira muito antiga, são inclinadas e pequenas. Cada passo ali tem que ser pensado. Passado o sufoco e ignorando que depois tínhamos que descer tudo aquilo, foi possível admirar o panorama de Milão de um ponto de vista muito particular e ver os sinos tocarem e ver também todos seus mecanismos, além de uma mini aula sobre as variações no uso do sino. 

Descubra Milão! Inclua a Basílica de San Vittore al Corpo no seu roteiro.

Para saber quando será a próxima visita a Torre do Sino, acompanhe a página Campane e campanili della Diocesi di Milano.

Ciao! No Descubra Milão sempre falamos de igrejas, afinal falar da Itália e não falar de igrejas é uma tarefa impossível. Algumas delas são muito famosas, como o Duomo, porém algumas passam um pouco despercebidas aos olhos dos turistas. Esse é o caso da Igreja de Santa Maria presso San Satiro que fica no centro histórico de Milão, mais precisamente na Via Torino (famosa rua de compras da cidade, falamos sobre ela aqui), e é uma verdadeira jóia cheia de lendas. Explicamos porque:

Conta a lenda que em uma noite de 1242 em Milão, um jovem, Massazio da Vigonzone, perdeu tudo na Osteria del Cappello, bem debaixo do campanário construído no século X que protegia a Capela de São Sátiro, entre a Contrada del Falcone, agora Via Falcone, e a Contrada della Lupa, hoje a Via Torino que falamos a pouco.

Parece que ele jogou dados, um jogo muito popular na Milão medieval. Massazio começa a ficar desesperado: ele não tem mais nada além do que veste, perdeu tudo no jogo. Ao longo do caminho ele não encontra ninguém para desabafar toda a sua raiva. E em um momento de loucura ele se lança com um punhal contra a pintura de Madonna con il Bambino (Madonna e a Criança). Uma, duas, três facadas no pescoço e no peito da criança… e a imagem começa a sangrar! Correntes de sangue vermelho e denso aterrorizam até mesmo Massazio, que se ajoelha diante da imagem. Massazio reconhece que algo extraordinário está acontecendo na frente dele. Um milagre!

Fachada da São Sátiro

A basílica, dois séculos depois daquele evento milagroso, foi completamente repensada pelo arquiteto renascentista Donato Bramante. Este que por sua vez, produziu um outro tipo de milagre.

Uma ilusão de ótica ligada ao famoso coro da perspectiva falsa, logo acima do altar onde está localizada a Madonna con il Bambino. Bramante enfrentou o reduzido espaço da igreja para criar a falsa abside que mede 97 centímetros em vez de 9 metros e 70 planejados no que foi o projeto original. O que começou como um impedimento para a diocese que não tinha permissão para construir uma igreja maior evoluiu para um resultado inesperado, uma verdadeira obra-prima artística. O arquiteto, desafiando as limitações, de fato criou a ilusão perfeita e a falsa perspectiva de fuga de São Sátiro e é considerada a precursora de todos os exemplos de ilusões de ótica que vieram depois: em sua perfeição o trabalho também destaca a influência da pesquisa de Piero della Francesca e Donatello no campo da representação ilusionista.

Repare que de frente ela parece uma igreja normal…
mas de lado é uma linda ilusão de ótica…incrível!

De São Sátiro, irmão de Santo Ambrósio e Santa Marcelina, a igreja tem apenas um retrato. Há pouca informação histórica sobre o irmão de Ambrósio (leia sobre ele e sua igreja aqui), consagrado alguns anos após sua morte em 378. Seu nome completo era Urânio Sátiro. A data de nascimento não é certa: talvez em 332 ou em 334 d.C. em Roma ou mais provavelmente na cidade de Trier, na Alemanha.

É certo que em 374 ele estava em Milão ao lado de seu irmão. Sua tarefa era ajudar em todas as atividades do Santo Ambrósio, especialmente em ajudar e abrigar os pobres. São Sátiro é lembrado no dia 17 de setembro e é o patrono dos sacristãos da arquidiocese de Milão. Seus restos mortais repousam na Basílica de Santo Ambrósio, onde também repousa seu irmão. Santa Maria presso San Satiro é a única igreja do mundo dedicada a ele.

Pintura de Madonna con il Bambino que fica atrás da Igreja

Ela não é uma igreja famosa, muito menos entra nos roteiros clássicos de turismo em Milão, mas deveria, é uma aula de história da arte e religiosa que vale a pena ser vista. É uma igreja bem escondida que entramos sem querer assim que nos mudamos para Milão e foi uma grande ótima surpresa que nos fez pesquisar sobre e descobrir muita coisa interessante. Se possível, visite também! Bacione.

Ciao! Sempre ouvimos falar que vir a Itália e não visitar igrejas é uma tarefa impossível, que bom! As igrejas aqui são lindíssimas e cheias de histórias, então se puder entre em todas que passar pela frente. E visitar a Basílica de Santo Ambrósio aqui em Milão é um dos mais interessantes passeios, já que ela é uma de suas mais antigas igrejas e foi construída pelo próprio Santo Ambrósio, padroeiro da cidade. Junto ao Duomo, ela representa o ponto de apoio da vida espiritual de Milão e é um tesouro da arte sacra. Uma grande devoção popular gira em torno dessa basílica que atrai fiéis e turistas o ano todo.

A beleza da basílica começa já na sua entrada, com um magnífico pórtico de quatro lados composto de colunas com trabalhos em relevo, é extremamente acolhedor e impressionante, um magnífico exemplo da arquitetura românica lombarda.

Construída entre os anos 379 e 386 d.C. em uma vasta área originalmente reservada aos enterros cristãos e caracterizada pela presença de pequenas celas dedicadas aos mártires Gervásio e Protásio, assim como destinada a abrigar o túmulo de seu fundador, Santo Ambrósio. Ela foi amplamente modificada a partir do século IX e atualmente é composta por três naves, duas laterais e uma central, além de um teto composto por abóbadas cruzadas e pilastras que dão uma grande sensação harmônica.

Curiosidades

Santo Ambrósio foi enviado a Milão como prefeito do norte da Itália e, devido a seu cargo, remediou a discórdia pela nomeação do novo bispo. Foi então que o povo, depois de ouvir seus discursos sobre a paz e o bem da nação, o escolheu como novo representante da Igreja de Milão. A princípio, Ambrósio não quis aceitar, mas empurrado pelo próprio imperador, foi convencido a se tornar bispo.

Os restos mortais de São Gervásio e São Protásio, assim como de Santo Ambrósio estão ali na basílica como foram idealizados na sua construção e podem ser visitados como vemos na imagem abaixo. Estudos feitos na ossada dos 3 santos mostram que Ambrósio era um homem de cerca de sessenta anos, mais ou menos, quando faleceu e sua altura era de 1,68m, tinha uma fratura na clavícula direita e uma assimetria decisiva do rosto, talvez ligada a um trauma: não nos esqueçamos de que antes de se tornar bispo, ele foi político e militar de primeira ordem.

Os restos mortais de Santo Ambrósio, São Gervásio e São Protásio

Quanto aos restos mortais dos mártires Gervásio e Protásio, estes parecem ser dois jovens (entre 23 e 27 anos), mais altos que 1.80m e de “constituição saudável e robusta”, no entanto, sinais de lesões aparecem em seus corpos e em um dos dois corpos sinais muito prováveis ​​de decapitação. Isso confirmaria o que a tradição de um texto pseudo-ambrosiano que nos conta sobre as modalidades de seu martírio: um decapitado, e o outro abatido com um chicote de bolas de chumbo.

Pintura medieval, o Martírio de São Gervásio e São Protásio

Na nave central, no alto de uma coluna, posiciona-se uma cobra de bronze. Segundo a lenda, seria a serpente forjada por Moisés no deserto para defender seu povo das mordidas de serpentes, assim quem fosse mordido era salvo magicamente apenas olhando para a cobra de metal. Agora como a cobra chegou à Basílica é ainda mais lendária. Por volta do ano 1000, Arnolfo, arcebispo de Milão, foi a Constantinopla para levar sua prometida esposa bizantina ao imperador Otto III. A missão falhou porque o imperador morreu antes de ver sua noiva. A princesa foi repatriada, mas a serpente de bronze, que era um dos presentes de casamento, permaneceu em Milão. Apenas colocada na Basílica, os milaneses consideravam-na um objeto mágico capaz de curar doenças e vermes intestinais. E não para por aí: a lenda ainda reserva outras surpresas: dizem que no dia do juízo final a serpente voltará à vida, descerá da coluna e retornará ao vale de Josafat onde as mãos de Moisés forjaram-na.

Cobra de bronze, que segundo a lenda, seria a serpente forjada por Moisés no deserto para defender seu povo das mordidas de serpentes

A coluna do Diabo

Do lado de fora a esquerda da Basílica de Santo Ambrósio fica uma coluna romana com dois furos que, segundo as lendas, foram feitos por uma chifrada do Diabo, é La Colonna del Diavolo (a coluna do diabo).

Uma manhã, Santo Ambrósio estava caminhando pela Basílica e encontra Satanás. Conversaram por um bom tempo, no qual ele tenta convencer o Santo a desistir de seus votos. Cansado das tentativas, Santo Ambrósio luta e dá um chute, fazendo o diabo cair de cabeça contra a coluna, formando os dois furos e ficando ali preso por dois dias até conseguir criar um portal para o inferno e fugir. Dizem que ainda hoje se aproximando dos buracos se sente cheiro de enxofre e o barulho do fogo infernal. E ainda que na Páscoa se pode ver uma carroça com as almas danadas, puxadas pelo próprio Diabo.

Não deixe de ver na Basílica

Uma maravilha incomparável é o Altar, coberto em todos os quatro lados com placas de ouro e prata em relevo, com faixas de pedras preciosas, uma obra-prima sem comparação do século IX. O rosto para a nave, em folha de ouro, apresenta cenas da vida de Cristo; nas costas, em prata dourada, episódios da vida de Ambrósio.

O Sarcófago “di Stilicone” (Flavio Stilicone, general do exército romano) foi provavelmente esculpido na segunda metade do século IV e está em sua posição original. É geralmente atribuído a dois escultores diferentes, um fez a tampa, enquanto o segundo fez os relevos nas laterais do sarcófago. Stilicone pode ou não ter sido enterrado aqui (o sarcófago começou a ser atribuído a ele somente no século XVIII, antes eram atribuídos aos restos do imperador Graciano). Sendo muito antiga muitas de suas informações infelizmente se perderam. 

Sarcófago “di Stilicone”

A sétima capela, que leva à capela de San Vittore em Ciel d’Oro (São Vitório em um céu de ouro) que originalmente ficava independente da basílica, fechado por uma cripta. A obra leva o nome dos azulejos dourados e inclui a mais antiga representação conhecida do Bispo Ambrósio, cujo rosto é representado com impressionante realismo, apesar da técnica do mosaico. Na parte mais alta da cúpula, o busto de São Vitório é representado por pedras de mosaico de ouro: na cabeça, a coroa de jóias típica dos mártires.

Viu porque você deve entrar em todas as igrejas italianas que puder? Elas são verdadeiras obras de arte cheias de curiosidades e histórias. Até a próxima. Bacio!

Horário de funcionamento

Segunda à Sábado: das 7h30 às 12h30 e das 14h30 às 19h00 
Domingo das 7h30 às 13h00 e das 15h00 às 20h00
No entanto, para visitas, é solicitado que verifique se não há liturgias em andamento.
www.basilicasantambrogio.it/


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Ela fica no número 13 da Corso Magenta, a poucos passos do Duomo. San Maurizio al Monastero Maggiore parece uma igreja qualquer olhando por fora, sem muitos atrativos. Porém, é só entrar que tudo muda, se trata de um dos maiores tesouros da cidade. É chamada de Capela Sistina de Milão pelos 4 mil metros de afrescos em seu interior. 

San Maurizio al Monastero Maggiore parece uma igreja qualquer olhando por fora

Foi construída sobre as ruínas de edifícios romanos em 1503 por dois importantes arquitetos do século XVI, o Dolcebuono e Amadeo, também ativos na construção do Duomo e na igreja de Santa Maria delle Grazie onde fica a Última Ceia de Leonardo da Vinci (compre aqui o bilhete). 

Era o claustro de freiras da ordem beneditina que pertenciam as famílias mais importantes da cidade e durante muito tempo San Maurizio não era apenas um centro religioso, mas também um poderoso centro econômico. O clausto é evidente no layout original dos espaços interiores da igreja com um plano retangular dividido ao meio por uma parede com afrescos: uma metade era de uso dos fiéis normais, enquanto a outra era acessível apenas às freiras que não estavam autorizadas a cruzar essa parede.

Hoje, a Capela Sistina de Milão está completamente aberta aos visitantes e possui belos afrescos do século XVI, muitos dos quais estão obras de Bernardino Luini e outros feitos por Boltraffio, aluno de Leonardo da Vinci, de Vincenzo Foppa, dos irmãos Campi e de Simone Peterzano, mestre de Caravaggio. Essas pinturas nos permitem admirar a evolução da pintura lombarda ao longo dos anos 1500.

Entre os seus afrescos, existe a maior curiosidade da Chiesa di San Maurizio: a Arca de Noé com um casal de unicórnios! Sim, como você pode ver na foto abaixo, um casal de unicórnios está entrando na Arca, o que nos faz pensar que talvez eles não sobreviveram, já que não existem mais (rs).

E podemos dizer com certeza que toda aquela emoção que temos ao entrar na Capela Sistina do Vaticano encontramos também entrando na San Maurizio. O órgão tocando música sacra acrescentou ainda mais em nossa experiência. É uma igreja esquecida muitas vezes pelo sucesso do Duomo, o que não deveria acontecer mas sim ser lembrada e vista sempre. Bacio!

San Maurizio al Monastero Maggiore
Corso Magenta 13
Terça – domingo das 9:00 às 19:30
Entrada gratuita

Ciao! A Igreja de San Bernardino alle Ossa, fica pertinho do Duomo (476 metros de distância) e passando por ela é impossível imaginar que dentro de sua capela existam ossos humanos de adultos e crianças em todas as paredes e teto. Antigamente era “normal” o uso de decoração com ossos humanos nas igrejas, quando por exemplo, os cemitérios não tinham mais espaço e estes acabavam nas igrejas ou em grandes catacumbas embaixo das mesmas, tanto que existem várias igrejas ou catacumbas como essa pelo mundo. Nós já visitamos algumas (Igreja de Santa Maria Imaculada em Roma, as Catacumbas de Paris e a Igreja de Santo Estevão em Viena) e é sempre uma coisa impressionante, principalmente quando se vê pela primeira vez.

Não temos medo nenhum dessas igrejas ou catacumbas, muito pelo contrário, mas já vimos mais de uma vez pessoas saírem quase chorando, extremamente assustadas ou enojadas dali. O cheiro de todas elas, algumas piores (Viena) algumas melhores (Milão), são sempre “pesados”, afinal são ossos humanos em ambientes fechados, e seria impossível ter um ar agradável. Normalmente têm muito pó também, afinal não dá pra limpar osso por osso, então, se prepare para um ar meio “estranho”.

Perigo não tem nenhum, essas igrejas passam por desinfecção constante e eles nem deixariam entrar se tivesse algum risco grave, mas mesmo assim é sempre bom lembrar que se você tiver qualquer problema de imunidade melhor evitar. Não custa.

Voltando a Igreja San Bernardino de Milão. Sua história começa quando um cemitério foi aberto em 1127 ali na sua região junto a um hospital para leprosos (que não existe mais) e que rapidamente ficou cheio. Foi criado então um ossário para acolher os ossos dos defuntos em 1210 e ao lado desse ossário surge San Bernardino alle Ossa em 1269.

Após um colapso em 1642 da torre do sino da Igreja adjacente de Santo Stefano Maggiore, os dois edifícios parecem estar seriamente danificados. E em pouco tempo, a parte da frente da igreja foi reparada e, ao mesmo tempo, o arquiteto responsável Carlo Buzzi começa a decorar as paredes com as caveiras.

Os ossos estão ao longo das paredes, do altar, do teto, em tudo. Formam desenhos e contrastes com o fundo preto das paredes. Repare no alto ao fundo da igreja, existem umas caixas de madeira com alguns crânios daqueles que foram condenados a morte por assassinato, presos para sempre. Impressionante essa imagem.

No teto, um afresco de Sebastiano Ricci que representa o Triunfo das almas em um vôo de anjos e as Glórias dos quatro santos protetores: Virgem Maria, Santo Ambrósio, São Sebastião e São Bernardino de Siena, que gera um grande impacto com os ossos em volta, parece que eles estão olhando para você enquanto os anjos voam.

San Bernardino alle OssaOs crânios dos condenadosSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaAfresco de Sebastiano RicciSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle OssaSan Bernardino alle Ossa

Giovanni V, então rei de Portugal, visitando San Bernardino alle Ossa em 1728, ficou tão impressionado que queria uma idêntica construída perto de Lisboa, precisamente em Évora. O edifício se chama Capela dos Ossos e você já deve ter ouvido falar.

Uma lenda diz que no dia 02 de novembro (finados) a ossada de uma menininha que fica do lado esquerdo do altar dança a “dança dos mortos” e é possível ouvir do lado de fora da igreja (nós que não vamos lá para conferir rs).

E você, tem coragem?

Chiesa di San Bernardino alle Ossa 
Via Verziere, 2 Milão
Segunda a sexta das 7:30 as 12:00 e das 13:00 as 16:00
Sábado e domingo das 7:30 as 12:00
Entrada gratuita

Fomos para Viena partindo de Milão pelo Aeroporto de Bérgamo (já falei antes desde Aeroporto, ele é uma ótima opção para viagens dentro da Itália e países perto). O vôo ao Aeroporto Internacional de Viena foi de 1h20, super rápido. De lá pegamos um trem que fica junto ao aeroporto e nos deixou na Estação Central de Viena. Custou €4,20 para cada e demorou cerca de meia hora.

Da Estação Central até nosso hotel fomos a pé, era uns 15 minutos de distância e já aproveitamos para ir conhecendo a cidade. Em Viena é possível fazer tudo a pé, o centro da cidade é bem compacto.

Tem um mercado na Estação Central de Viena, se chama Spar. Guarde essa informação porque ele abre de domingo. Praticamente nenhum mercado abre de domingo em Viena.

Viena é uma cidade linda, elegantíssima e cara! Sim, tudo é caro em Viena. Mesmo assim vale a pena, todas as comidas, doces, bebidas eram muito gostosos, e é um lugar muito bacana de conhecer.

Começamos a visita pela Catedral de Santo Estêvão (St. Stephen’s Cathedral ou Domkirche St. Stephan) que fica no coração da cidade e foi construída por cima das ruínas de uma igreja romana em 1147. Esse projeto atual é dos séculos XIV a XVI e é de estilo gótico.

Catedral de Santo Estêvão Catedral de Santo EstêvãoCatedral de Santo EstêvãoCatedral de Santo EstêvãoCatedral de Santo EstêvãoCatedral de Santo EstêvãoDetalhe de uma parede da Catedral de Santo EstêvãoVelas na Catedral de Santo Estêvão

A Catedral tem uma torre de 137 metros, e vimos essa torre de vários pontos na cidade. Subindo nessa torre se tem uma vista maravilhosa! O sino que fica pendurado nela foi fundido com os canhões que as tropas turcas deixaram ao se retirar de Viena em 1683. Esse sino caiu e foi destruído no grande incêndio que aconteceu em 1945, e os vienenses voltaram a fundir seus restos para fazer o atual sino. Existe um acesso a essa torre norte de elevador, torre que está ainda inacabada.

O telhado da Catedral é um espetáculo com mais de 250.000 azulejos e dá um ar moderno. Ele foi bem castigado durante a II Guerra, onde foi danificado e restaurado, ficando lindo como está agora.

Estavam limpando as paredes da Catedral que estavam pretas de sujeira. Achamos que elas ficavam lindas sujas e pretas, davam um tom mais dramático.

Um dos motivos que me fez querer ir muito nessa Catedral, além do Mozart ter se casado nela e depois ter acontecido seu funeral, são as Catacumbas.

A Catedral inicialmente era rodeada de cemitérios dos antigos romanos, isso era comum na época. Com a peste bubônica, em 1735 e o fechamento dos cemitérios, houve um grande problema de onde colocar os montes de corpos que chegavam.

A solução que acharam foi transferir os ossos para a parte de baixo da Catedral. Com o acúmulo de corpos a igreja chegou a ser fechada por causa do cheiro que vinha lá de baixo e chegaram a obrigar os prisioneiros a entrar e arrumar os corpos para abrir mais espaço. Entrando nas catacumbas ainda tem um cheiro meio forte, de ar parado. Ficamos imaginando o cheiro daquilo quando os mais de onze mil corpos em decomposição que ainda estão ali, estavam “frescos”.

Eu adoro catacumbas, já visitei a Igreja dos Capuchinhos em Roma e a Igreja de San Bernardino em Milão, nenhuma delas tem esse “ar parado” e as duas usam os ossos como decoração, a de Roma por exemplo faz lustres com os ossos. Já a catacumba de Viena os ossos estão literalmente jogados, se percebe que foram colocados ali as pressas.

As visitas só podem ser guiadas (o guia fala inglês e alemão no tour) e começa com as tumbas de membros da nobreza e clero. Essa parte é bem tranquila.

Depois vem uma sala cheia de caixões e caixas que contém os orgãos internos da família real Habsburgo (era considerado um privilégio desmembrar e “espalhar” sua família).

Passamos também por umas esculturas bizarras que decoravam o externo da Catedral, mas por serem de materiais mais delicados, retiraram e colocaram ali para preservar. E é aí que começa a parte macabra: salas com pilhas e pilhas de ossos humanos, paredes forradas, um buraco cheio deles, ossos quebrados, misturados, sujos. Tudo muito silencioso, úmido e escuro. Cada osso naquele lugar conta uma história e um sofrimento, a ponto de ter sido colocado ali em meio a tantos outros sem nenhuma identificação. É uma grande parte da história da cidade e da grande peste.

A visita é rápida, cerca de meia hora e não tem perigo algum visitar as catacumbas. Eles desinfetam o lugar, tem até entrada para crianças. Lógico que se você estiver com algum problema imunitário, evite por garantia. Infelizmente não tem acesso especial nas catacumbas para deficientes.

A entrada para as catacumbas fica do lado esquerdo dentro da igreja, procure a placa da imagem, que fica numa escada. Nessa placa indica o horário da próxima visita, só ficar por ali na hora, que o guia aparece e todo mundo entra para o tour. O pagamento: €6 adulto e €2,5 criança, apenas em dinheiro no final do tour.