Fomos para Viena partindo de Milão pelo Aeroporto de Bérgamo (já falei antes desde Aeroporto, ele é uma ótima opção para viagens dentro da Itália e países perto). O vôo ao Aeroporto Internacional de Viena foi de 1h20, super rápido. De lá pegamos um trem que fica junto ao aeroporto e nos deixou na Estação Central de Viena. Custou €4,20 para cada e demorou cerca de meia hora.

Da Estação Central até nosso hotel fomos a pé, era uns 15 minutos de distância e já aproveitamos para ir conhecendo a cidade. Em Viena é possível fazer tudo a pé, o centro da cidade é bem compacto.

Tem um mercado na Estação Central de Viena, se chama Spar. Guarde essa informação porque ele abre de domingo. Praticamente nenhum mercado abre de domingo em Viena.

Viena é uma cidade linda, elegantíssima e cara! Sim, tudo é caro em Viena. Mesmo assim vale a pena, todas as comidas, doces, bebidas eram muito gostosos, e é um lugar muito bacana de conhecer.

Começamos a visita pela Catedral de Santo Estêvão (St. Stephen’s Cathedral ou Domkirche St. Stephan) que fica no coração da cidade e foi construída por cima das ruínas de uma igreja romana em 1147. Esse projeto atual é dos séculos XIV a XVI e é de estilo gótico.

Catedral de Santo Estêvão Catedral de Santo EstêvãoCatedral de Santo EstêvãoCatedral de Santo EstêvãoCatedral de Santo EstêvãoCatedral de Santo EstêvãoDetalhe de uma parede da Catedral de Santo EstêvãoVelas na Catedral de Santo Estêvão

A Catedral tem uma torre de 137 metros, e vimos essa torre de vários pontos na cidade. Subindo nessa torre se tem uma vista maravilhosa! O sino que fica pendurado nela foi fundido com os canhões que as tropas turcas deixaram ao se retirar de Viena em 1683. Esse sino caiu e foi destruído no grande incêndio que aconteceu em 1945, e os vienenses voltaram a fundir seus restos para fazer o atual sino. Existe um acesso a essa torre norte de elevador, torre que está ainda inacabada.

O telhado da Catedral é um espetáculo com mais de 250.000 azulejos e dá um ar moderno. Ele foi bem castigado durante a II Guerra, onde foi danificado e restaurado, ficando lindo como está agora.

Estavam limpando as paredes da Catedral que estavam pretas de sujeira. Achamos que elas ficavam lindas sujas e pretas, davam um tom mais dramático.

Um dos motivos que me fez querer ir muito nessa Catedral, além do Mozart ter se casado nela e depois ter acontecido seu funeral, são as Catacumbas.

A Catedral inicialmente era rodeada de cemitérios dos antigos romanos, isso era comum na época. Com a peste bubônica, em 1735 e o fechamento dos cemitérios, houve um grande problema de onde colocar os montes de corpos que chegavam.

A solução que acharam foi transferir os ossos para a parte de baixo da Catedral. Com o acúmulo de corpos a igreja chegou a ser fechada por causa do cheiro que vinha lá de baixo e chegaram a obrigar os prisioneiros a entrar e arrumar os corpos para abrir mais espaço. Entrando nas catacumbas ainda tem um cheiro meio forte, de ar parado. Ficamos imaginando o cheiro daquilo quando os mais de onze mil corpos em decomposição que ainda estão ali, estavam “frescos”.

Eu adoro catacumbas, já visitei a Igreja dos Capuchinhos em Roma e a Igreja de San Bernardino em Milão, nenhuma delas tem esse “ar parado” e as duas usam os ossos como decoração, a de Roma por exemplo faz lustres com os ossos. Já a catacumba de Viena os ossos estão literalmente jogados, se percebe que foram colocados ali as pressas.

As visitas só podem ser guiadas (o guia fala inglês e alemão no tour) e começa com as tumbas de membros da nobreza e clero. Essa parte é bem tranquila.

Depois vem uma sala cheia de caixões e caixas que contém os orgãos internos da família real Habsburgo (era considerado um privilégio desmembrar e “espalhar” sua família).

Passamos também por umas esculturas bizarras que decoravam o externo da Catedral, mas por serem de materiais mais delicados, retiraram e colocaram ali para preservar. E é aí que começa a parte macabra: salas com pilhas e pilhas de ossos humanos, paredes forradas, um buraco cheio deles, ossos quebrados, misturados, sujos. Tudo muito silencioso, úmido e escuro. Cada osso naquele lugar conta uma história e um sofrimento, a ponto de ter sido colocado ali em meio a tantos outros sem nenhuma identificação. É uma grande parte da história da cidade e da grande peste.

A visita é rápida, cerca de meia hora e não tem perigo algum visitar as catacumbas. Eles desinfetam o lugar, tem até entrada para crianças. Lógico que se você estiver com algum problema imunitário, evite por garantia. Infelizmente não tem acesso especial nas catacumbas para deficientes.

A entrada para as catacumbas fica do lado esquerdo dentro da igreja, procure a placa da imagem, que fica numa escada. Nessa placa indica o horário da próxima visita, só ficar por ali na hora, que o guia aparece e todo mundo entra para o tour. O pagamento: €6 adulto e €2,5 criança, apenas em dinheiro no final do tour.

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